sábado, 8 de fevereiro de 2020
A ANÁLISE E REFLEXÃO DA INTELECTUALIDADE GUINEENSE, O SONHO DO ELITISMO PAIGCISTA.
Para as suas intermináveis lutas que vêm desestabilizando a sociedade guineense e conduzindo-a ao caos, o PAIGC tem uma impressionante capacidade de mobilizar cidadãos com dificuldades na afirmação no mercado do trabalho, principalmente os que têm alguma formação académica mas sem ocupação laboral fixa ou com trabalhos precários na diáspora, estes que um dia apelidei de “diáspora fatigué”!
A mobilização desses recursos humanos para as suas várias frentes de luta, insere-se na dinâmica do crónico parasítismo do Estado guineense, alimentando nos seus elementos uma ilusão ou até uma promessa de um cargo público que projetará os seus elementos para um ilusório elitismo vivido pelos assimilados na era colonial e nos primeiros anos do pós-independência...
Embevecidos por essa possibilidade do elitismo fácil, alguma intelectualidade bacoca envolve-se nessa frente de batalha, de uma forma tão determinada, sem se preocuparem com as suas próprias imagens, desfazendo amizades e laços familiares, na tentativa de almejar o tal “lugar ao sol, hora ki terra fria”!
Exemplos não faltarão e há até quem já vive esse frágil pseudoelitismo, como é o caso dos cidadãos conscientes e conformados com os cargos de nomeação política... Mas, o que torna preocupante e envergonha os quadros guineenses na diáspora e fere a imagem do país no exterior, é ver um grupo de pessoas a apregoarem-se de analistas com capacidade de reflexão, cujo único documento que produziram não foi sequer objeto de uma reflexão profunda, caso contrário ficariam a saber que qualquer representante do Estado tem a capacidade e a possibilidade de receber outros representantes de um outro Estado a título intitucional ou privado e que o General Umaro Sissoco Embaló foi recebido pelo Primeiro-ministro e Presidente portugueses a título privado, pese embora não estarem inibidos de trocar impressões sobre a relação entre os dois Estados, independentemente do estatuto ou das funções que o elemento recebido desempenha... Isso não vincula o Estado português nem tão pouco significa o reconhecimento do Estado português à essa figura como o presidente eleito da Guiné-Bissau. Para o visitante, a visita serve apenas como uma incursão diplomática, um abrir de portas, rumo a esse reconhecimento!
Entregar uma carta ou um manifesto aos órgãos do Estado português a reclamar dessa recepção, com uma resenha quase histórica, só envergonha a intelectualidade guineense nas terras lusa! São essas atitudes de servilismo e de procura do protagonismo fácil como forma de projeção para um pseudoelitismo, sem qualquer análise e reflexão profunda que bem enfraquecendo a imagem da intelectualidade guineense dentro e fora do país!
Julgo que, o próprio PAIGC ainda não se apercebeu que é essa intelectualidade bacoca que o está a “enterrar” e desacredita-o cada vez mais, dentro e fora do país.
A questão que se coloca, é se o próprio PAIGC tem hoje capacidade para mobilizar a intelectualidade guineense capaz, profissional e economicamente independente, não sonhadores com o pseudoelitismo inerente a ocupação de cargos políticos na Guiné-Bissau ou nas instituições internacionais!
Por Jorge Herbert
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