O Coletivo de Subinspetores e Agentes dos níveis um, dois e três da Polícia Judiciária da Guiné-Bissau alertou que a instituição pode estar na eminência de um perigo, se os casos da suspensão do grupo de inspetores suspensos e a nomeação da nova diretora nacional, Filomena Mendes Lopes não forem encarados com seriedade.
Em conferência de imprensa hoje, terça-feira, 15 de Maio de 2018, em conferência de imprensa, o grupo disse estar contra a nomeação da nova Diretora Nacional da Polícia Judiciária e acusa-a de cumplicidade no desaparecimento de grande quantidade de droga dentro daquela corporação policial.
Djone Tidjane Baldé, porta-voz do coletivo revela que está em curso, no Ministério Púbico, um processo sobre o desaparecimento de droga nas instalações da PJ, no período em que Filomena Mendes Lopes dirigiu, num primeiro mandato, a Polícia Judiciária. Todavia, adianta que desde que foi aberto concurso nº01/2018 tem havido sempre “guerras” contra o coletivo dos subinspetores e agentes dos níveis I, II e III, pondo em causa os seus direitos.
“Estamos aqui há 12 anos sem promoção. Havia 56 vagas para preenchimento, e o Ministério da Função Pública, enquanto órgão arbitrário, alargou número das vagas de 56 para 123, para permitir que outros coletivos, que supostamente estariam a ser penalizados pelos critérios definidos, fossem incluídos no processo, porém, os inspetores e coordenadores da PJ não aceitaram e avançaram com uma providência cautelar que suspendeu todas as atividades administrativas da Polícia Judiciária. E, ontem, surpreendentemente aparece nomeação de Filomena Lopes”, referiu.
Djone Tidjane Baldé disse não acreditar que, com Filomena Mendes Lopes na Diretoria Nacional da PJ, vai ser nomeado como Adjunto um dos inspetores com processos que correm seus trâmites legais no Ministério Público.
Baldé duvida, contudo, que futuramente esses elementos não entrem em “guerra” com os Subinspetores e Agentes dos níveis I, II e III, através de vingança “seletiva, indevida e injusta”.
“Estamos num jogo de dois contra dois, porque alguns agentes de primeira e inspetores coordenadores não querem que agentes da Segurança Interna e Subinspetores sejam promovidos”, acusa, acrescentando que alguns jovens inspetores coordenadores estão a atuar com medo dos Subinspetores, para continuar a ter o monopólio de decisões de mandar deter suspeitos e libertar os presos.
O líder da comissão acusa o Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) de estar a agir ao contrário da sua missão de manutenção da paz e permitir a circulação de duas viaturas de marca prado (4381/4934) que estavam na posse de dois inspetores da Polícia Judiciária suspensos das suas funções e cujo processo se encontra no Ministério Público.
Segundo Djone Tidjane Baldé, as mesmas viaturas paradas na sede de UNIOGBIS, em Bissau, circularam nos últimos dias e disse que comportamento deste gabinete é “inaceitável” num Estado de Direito. Alerta, contudo, às autoridades nacionais a encararem o assunto com seriedade, porque, na sua observação, é uma matéria que poderá ter consequências imprevisíveis.
“Somos portadores de armas, sem ameaças a ninguém, mas é muito perigoso que numa casa de investigação, polícia por excelência hajam divisões”, alerta, pedindo a detentores do poder, Tribunais, Ministério da Justiça e demais entidades a engajarem-se seriamente na resolução urgente deste problema.
Por: Filomeno Sambú
OdemocrataGB
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