quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Covid-19: Governo guineense promove turismo nacional para minimizar impacto económico


O diretor-geral do Turismo da Guiné-Bissau, Sirma Seidi, disse hoje à Lusa que o Governo está apostado em identificar e promover o turismo nacional como estratégia para fazer face às consequências económicas da covid-19 no setor.

Sirma Seidi afirmou que a pandemia provocada pelo novo coronavírus "teve um impacto enorme" no setor turístico guineense.

"A covid-19 praticamente paralisou o setor do Turismo na Guiné-Bissau. Há empreendimentos que simplesmente fecharam as portas, outros não conseguem pagar salário aos colaboradores, pagar a conta de luz e água", observou Seidi.

Ao gabinete do diretor-geral do Turismo até chegaram pedidos de suspensão de pagamentos de contribuições devidas ao Estado ou pedidos de apoios em termos de subvenção, notou Sirma Seide.

O responsável indicou que a atividade turística nas ilhas Bijagós praticamente ficou suspensa.

Para atenuar a crise, já que o Governo não tem ideia sobre quando a situação voltará à normalidade no setor, a direção-geral do Turismo iniciou um trabalho de identificação de locais de interesse turístico.

Sirma Seidi disse estar na posse, por exemplo, de um antigo cemitério onde foram enterrados soldados portugueses, falecidos durante a guerra pela independência da Guiné-Bissau, e que a sua direção-geral vai recuperar para que sirva de ponto turístico.

"Queremos proteger esse lugar e dar-lhe dignidade, de certeza que os familiares vão querer vir visitar onde os seus entes queridos foram enterrados. Há relatos de lugares desses em toda a parte da Guiné-Bissau", defendeu Seidi.

O diretor-geral do Turismo apontou igualmente para o lugar onde foi proclamada a independência da Guiné-Bissau, em 1973, na vila de Madina de Boé, no leste, onde, disse, atualmente só existem vestígios, como outro ponto de interesse turístico.

Na semana passada, a direção-geral do Turismo iniciou, em Gabu, o chamado fórum regional de identificação de lugares de interesse e nos próximos meses vai levar a iniciativa a outras regiões do país.

É intenção de Sirma Seidi, transformar o Lumo (feira popular e principal momento de trocas comerciais nas localidades) em atração turística, frisando que tem sido o principal impulsionador da economia nas localidades.

O Lumo é uma feira a céu aberto que acontece uma vez por semana em quase todas as localidades do interior da Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau registou na última semana mais dois casos de covid-19, elevando o total acumulado de casos positivos para 2.446.

Atualmente, a Guiné-Bissau conta com 2.375 recuperados, 22 casos ativos e 44 vítimas mortais por covid-19.

LUSA

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