Por Brinpande Valdemir Ferreira
Faço (re)lembrar que apoiei com orgulho a candidatura de Eng. Domingos Simões Pereira nas eleições cujo processo ainda parece infindável. Se voltamos à estaca zero, pelos motivos diversos que fundamentavam o meu apoio, faria tudo de novo.
Depois de conhecidos os resultados da primeira volta me parecia clara que ambas as candidaturas que, no primeiro turno, conseguiram a passagem para disputar a presidência esgotaram suas capacidades de mobilização de massa e, mais evidente me ilustrava que as alianças eleitorais iam definir a segunda volta.
Nesta lógica o meu candidato na altura demonstrava uma larga desvantagem levando em conta sua relação com os demais candidatos derrotados na partida anterior, fato que acabaria por confirmar.
Observei com atenção o desenrolar da campanha no segundo turno mas, para ser sincero, o nível da prestação do meu candidato, DSP, não me era encorajador. Algo de muito deficitário estava a acontecer que não era do conhecimento geral, mas para os que habituaram ao nível da campanha do PAIGC no passado logo perceberiam que tudo ia mal, e isso só piorava.
No último dia da campanha, hoje confesso, desabei sozinho e, desabafei com amigo, "perdemos a eleição".
Teoricamente falando tudo estava exposto aos olhos de todos: o PAIGC não tinha uma mobilização capaz de o garantir a vitória e era só a questão ver traduzido todo aquilo em algo mais concreto, o resultado eleitoral que era só questões de dias.
Anunciados os resultados, o DSP foi dado como o perdedor, somado à tudo que tinha sabido até então no off, não fiquei surpreso: o DSP realmente perdeu eleição.
- Está fazendo o jogo de distração? Porquê?
Importa lembrar que ficou claro no áudio vazado (algo que considero imoral da parte de quem o fez) que o próprio DSP reconheceu sua derrota e felicitou seu adversário. Em kriol disse e claro "ami ku na bai visitau pabia abo ku ganha", que traduzido em português é algo mais ou menos "faço questão de lhe visitar porque é (você) o vencedor".
Até era aceitável dar benefícios de dúvidas aos novos argumentos de DSP para refutar os resultados dias depois de aceita-los mas a partir da conferência de imprensa por ele feito no Azalay comecei a duvidar na sua seriedade. O DSP desperdiçou uma oportunidade de convencer o mundo de que o teriam roubado a eleição ao apresentar um quadro carregado de subjetividades quando devia ser mais objetivo possível. Estamos a falar de números; de matemática, de ciência exata. Depois desse episódio somaram-se muitas investidas em que a candidatura de DSP até esse exato momento não exibiu (embora tem 500 páginas que só ele conhece o teor) nada de convincente de que foi tirado o número "X" de votos em mesa "Y" + "Z" que somados dariam "K", razão pelo qual foi dado de perdedor. Um pingo de objetividade seria muito bom e a gente gosta.
Para mim ficou claro que o DSP, o candidato que apoiei, tem em mangas um plano de distração, só não sei por quê.
Até aqui todos os elementos apontam para a derrota de DSP, só ele não se convence ou é condicionado a não se convencer.
O DSP precisa entender que a Guiné-Bissau não suportará mais nenhuma investida de bloqueio, e é ainda tempo de se recompor e permitir que o País, pelo menos, tentar a andar, bem ou mal.
Enquanto líder partidário deve se abster do assessório e se focar no essencial que o permite, como guineense, contribuir para tirar o País deste estágio de estagnação.
É também democracia aceitar a derrota!
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