Greve dos motoristas de transportes públicos paralisa Guiné-Bissau
Uma greve de três dias convocada pela federação dos motoristas da Guiné-Bissau paralisou o país e não há circulação de táxis e transportes rodoviários interurbanos, anunciou Caram Cassamá, líder dos transportadores públicos. #Few_State
De acordo com Caram Cassamá, líder da federação que reagrupa 21 associações de motoristas e proprietários de táxis, 'toca-tocas' (transportes coletivos inter-bairros de Bissau) e 'candongas' (transportes intercidades), todos os serviços de transporte de passageiros estarão paralisados até que haja uma resposta do Governo.
Em causa, adiantou o líder federativo, está o cumprimento pelo Governo de um memorando de entendimento assinado em 2018 cujos pontos essenciais são, nomeadamente a redução dos agentes de controlo do trânsito nas estradas, a melhoria das estradas e a criação de um guichet único para o pagamento de multas.
Caram Cassamá considerou a redução de postos de controlo de trânsito como a principal reivindicação, salientando que a Guiné-Bissau não respeita uma diretriz da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a matéria.
"Há uma carta da CEDEAO que diz que os postos de controlo devem estar numa distância de 100 quilómetros, mas o que temos aqui na Guiné-Bissau é de 10 em 10 quilómetros", notou Cassamá.
Sobre a greve hoje iniciada, o sindicalista diz que a adesão é de quase cem por cento.
Em Bissau, a Lusa constatou várias pessoas a caminharem a pé, ou a pedir boleia de viaturas particulares.
Vários serviços estavam com um reduzido número do pessoal, devido ao facto de os colaboradores não terem comparecido.
Biró Seidi, presidente do coletivo de condutores e proprietários de veículos rodoviários, indicou aos jornalistas que os seus associados não aderiram à greve por não concordarem com a iniciativa.
"O Carnaval terminou ontem, hoje é a vez de as pessoas voltarem para as suas localidades, bloquear os transportes é complicar ainda mais a vida dos cidadãos. O momento não é oportuno para uma greve", dos motoristas, assinalou Seidi.
O sindicalista considerou de estranha a decisão da direção da federação dos motoristas, na medida em que, disse, havia um consenso em como este mês não seria pago o Fundo Rodoviário (taxa paga mensalmente ao Governo para manutenção das estradas) como forma de reivindicar o cumprimento do memorando.
Caram Cassamá, líder da federação das associações de motoristas precisou que tem tido reuniões com estruturas do Governo ligadas ao setor dos transportes e estradas, mas avisou que se não houver alguma solução, na próxima semana haverá outra greve.
Texto: Lusa / Few State
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