segunda-feira, 19 de junho de 2023

Ocupantes de submarino podem sobreviver "várias horas", mas há problemas... Veículo com cinco pessoas a bordo partiu para visitar os restos do Titanic e desapareceu.

© Reprodução OceanGate Expeditions

Notícias ao Minuto   19/06/23 

O submarino que levava cinco pessoas a visitar os restos do Titanic, e que desapareceu nesta segunda-feira, poderá ainda ser encontrado, garantiu um especialista à cadeia televisiva canadiana NTV.

Larry Daley, especialista sobre o naufrágio do Titanic, admitiu que os mergulhos em águas profundas são perigosos, mas mostrou-se confiante nas melhorias que a tecnologia teve nos últimos anos.

"O mergulho com submersível em profundidade é muito perigoso, mas é muito 'hi-tech'. E a cada ano que passa, o equipamento fica melhor, a tecnologia fica melhor. Por isso, estou muito esperançoso. Estou muito positivo", disse Daley.

O especialista - que já participou neste tipo de viagens - acrescentou ainda que os ocupantes do submarino podem, ainda, sobreviver dentro do mesmo "durante várias horas", se "a manutenção do navio for feita corretamente". Recorde-se que a embarcação tem oxigénio suficiente para 96 horas.

Por sua vez, David Pogue, um repórter da cadeia televisiva CBS que viajou no submersível no ano passado, falou à BBC sobre os problemas que os envolvidos estarão, atualmente, a enfrentar. Neste momento, "não há como" comunicar com o navio, pois nem o GPS nem o rádio "funcionam debaixo de água", esclareceu Pogue.

"Quando a nave de apoio está diretamente sobre o submarino, eles podem enviar mensagens curtas de texto para frente e para trás. Claramente, não estão a chegar respostas nenhumas", continuou, lamentando que os passageiros não têm forma de escapar do submarino, uma vez que para isso é necessária uma equipa externa.

Entre os passageiros deste submarino está o empresário e explorador Hamish Harding, conforme afirmou a sua família. Mas a lista de 'celebridades' a bordo não fica por aí. Também dentro da embarcação estão o piloto francês Paul-Henry Nargeolet e o chefe executivo e fundador da OceanGate Expeditions, empresa responsável por estas excursões, Stockton Rush.

Desaparecimento

O navio de apoio que acompanhava o submarino deixou de receber respostas da embarcação quando navegava a cerca de 1.600 quilómetros do estado do Massachusetts, apenas 1 hora e 45 minutos após o início da viagem.

A Guarda Costeira dos EUA em Boston deu, então, início às operações de busca, que contam com o apoio de um navio da Guarda Costeira canadiana e uma aeronave militar. 

David Concannon, um porta-voz da empresa responsável pelo envio destes submarinos turísticos, disse que a OceanGate perdeu contacto com a embarcação na manhã de domingo, quando tinha suficiente oxigénio para 96 horas. A partir das 22h desta segunda-feira (hora de Lisboa), o submarino terá ainda entre 70 e 96 horas de oxigénio restantes, disse a Guarda Costeira norte-americano.

Tal traduz-se numa situação em que, no melhor cenário, os cinco tripulantes têm oxigénio suficiente até à noite da próxima sexta-feira.

"Estamos profundamente gratos pela ampla assistência que recebemos de várias agências governamentais e empresas de alto mar nos nossos esforços para restabelecer o contacto com o submersível", acrescentou.

Que submarino é este?

O submarino em questão da OceanGate tratar-se-á do Titan, uma embarcação feita com fibra de carbono, com um comprimento de 6,7 metros, 10.432 quilos de peso e uma capacidade de mergulhar até 4.000 metros de profundidade. É, por isso, o único da empresa capaz de levar os visitantes até aos destroços do Titanic, que se encontram a 3.800 metros de profundidade.

Segundo a BBC, costuma levar, nestas viagens, um comandante, três visitantes e um "especialista". A OceanGate dedica-se a organizar estas excursões para visitar os destroços, que duram oito dias, divididos em cinco etapas. As viagens podem custar até 229.000 euros por pessoa.

Destroços

Os destroços do Titanic, que naufragou em 1912, com 2.200 passageiros e tripulantes a bordo, estão a 3.800 metros de profundidade e a cerca de 600 quilómetros da costa de Terra Nova, no Canadá. Desse naufrágio resultaram mais de 1.500 mortes, 


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