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POR LUSA 19/06/23
A comissão de defesa sueca reforçou a importância da adesão da Suécia à NATO, considerando que o país não está a salvo de um ataque russo, segundo um relatório divulgado hoje em Estocolmo.
"Não se pode excluir um ataque armado contra a Suécia", alertou a comissão no documento intitulado 'Allvarstid' ("Tempos sérios", em sueco), citado pela agência francesa AFP.
A comissão funciona como um fórum de consulta entre o Governo e os partidos políticos representados no parlamento (Riksdag) para alcançar "um amplo consenso sobre a política de defesa e segurança da Suécia", segundo o executivo.
No relatório, segundo o Ministério da Defesa, a comissão considerou "a Rússia como a ameaça mais grave a longo prazo para a segurança da Europa e da Suécia".
A Rússia está envolvida num "conflito duradouro com todo o mundo ocidental", afirmou Hans Wallmark, deputado do partido conservador Moderado, que preside à comissão, numa conferência de imprensa em Estocolmo.
A comissão considerou que a segurança da Suécia será mais bem assegurada com a NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte).
"A Suécia deve ter a capacidade de defender o seu território contra um ataque armado, no âmbito da defesa coletiva da NATO", disse a comissão no relatório enviado ao ministro da Defesa, Pal Jonson.
A Suécia e a Finlândia candidataram-se à NATO, abandonando uma política histórica de não-alinhamento, na sequência da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
A Finlândia tornou-se o 31.º membro da NATO em abril, mas a Suécia ainda aguarda a ratificação da candidatura pela Turquia e Hungria, tendo o estatuto de "país convidado" desde junho de 2022.
Apenas os membros de pleno direito gozam da proteção do artigo 5.º do tratado da NATO, que prevê a defesa coletiva em caso de agressão contra um dos países da aliança.
Além da guerra da Rússia contra a Ucrânia, a comissão de defesa sueca destacou o perigo da China, que está a aumentar a influência na Ásia e no mundo.
"A invasão russa da Ucrânia e as crescentes reivindicações territoriais da China mostram" que o uso da força para alcançar essas reivindicações é "mais uma vez uma realidade", afirmaram os membros da comissão.
Os peritos consideraram que a ordem internacional baseada em regras está a ser ameaçada e que "a Rússia e a China são as forças motrizes por detrás desta evolução".
Moscovo e Pequim insistem "numa ordem mundial multipolar e pretendem enfraquecer a influência do Ocidente e dos Estados Unidos a nível mundial", defenderam, segundo o Ministério da Defesa.
"A democracia, os direitos humanos e o Estado de direito são vistos como ameaças existenciais por Estados autocráticos e revisionistas como a Rússia e a China", consideraram ainda.
Na conferência de imprensa, Peter Hultqvist, antigo ministro da Defesa e membro da comissão que representa os sociais-democratas da oposição, afirmou que foram delineadas diretrizes para aumentar os recursos do exército.
As orientações incluem a necessidade de um "exército maior" até 2025-2030, o que significaria pelo menos 10 mil recrutas por ano, em comparação com os atuais 5.200.
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