Por LUSA
Pelo menos 140 pessoas morreram na sequência do naufrágio, na sexta-feira, de uma embarcação atingida por uma explosão ao largo do Senegal quando se dirigia para as Ilhas Canárias, afirmou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
"Pelo menos 140 pessoas afogaram-se depois de um barco que transportava cerca de 200 migrantes se ter afundado ao largo da costa senegalesa", disse a OIM numa declaração em que acrescenta que este foi o naufrágio mais mortífero registado este ano.
Segundo a organização, as marinhas do Senegal e de Espanha e pescadores na zona resgataram 59 pessoas e recuperaram os corpos de outras 20.
"Até à data continuam a ser encontrados corpos", disse o chefe da missão da OIM no Senegal, Bakary Doumbia à agência noticiosa Efe, acrescentando: "Após vários dias, podemos pensar que estas pessoas já não estão vivas".
Doumbia afirmou que os cerca de 200 passageiros foram comunicados à OIM pela rede de informadores junto das zonas de partida dos migrantes.
Em declarações à Efe, o responsável pela comunicação da Direção de Informação e Relações Públicas das Forças Armadas do Senegal, o tenente-coronel Saliou Ngom, disse não haver ainda números oficiais.
Fontes da Guardia Civil contactadas pela Efe, que em conjunto com a polícia espanhola têm mantido um dispositivo misto no Senegal para controlar as fronteiras e o fluxo migratório desde 2006, apontaram que há "muitas tentativas" em todo o país para chegar à Europa e pelo menos três embarcações chegaram às Ilhas Canárias nos últimos meses.
Doumbia assinalou que "esta velha rota migratória está a ser cada vez mais utilizada e é necessário tomar precauções para combater o problema".
O responsável da OIM atribui este recente aumento ao encerramento das fronteiras terrestres, aplicado para travar a propagação da covid-19.
De acordo com a OIM, 14 barcos com 663 migrantes abandonaram o Senegal em setembro.
Entre estas, 26% foram reportadas como tendo sofrido um incidente ou naufrágio.
Incluindo o naufrágio da última sexta-feira, pelo menos 414 morreram nesta rota em 2020, um aumento face às 210 mortes registadas no ano passado, segundo a organização internacional.
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