De acordo, meu caro conterrâneo Sr. Khalil Sall. Simplesmente é que, quem é polígamo de facto, pela opção, seguindo efetivamente a nossa tradição, tem de aceitar, de assumir e respeitar todas as regras aí em vigor. Tal como os nossos antepassados e mesmo pais.
Eu por exemplo, com muito orgulho, recordo-me ainda hoje das minhas 3 Mães (Mãe biológica e Madrastas) entre as quais tinha a sorte de crescer e ser socializada. Sem falar das minhas 5 irmãs (3 mais velhas, 2 mais novas) e também 5 irmãos (2 mais velhos e 3 mais novos).
Nós nascemos e crescemos juntos na mesma morança. Vivemos todos os ventos da irmandade, juntos. Por isso, somos irmãos até hoje, a 100%. Na nossa língua (Nalu e Sussu) não conhecemos o termo composto de “meio-irmão”; nem o de “casa-dois”.
Em casa, dizia o nosso pai, como uma das primeiras regras estabelecidas para a garantia da vida em comum em ambiente mais tendente à criação e preservação da harmonia: ‘mesmo em casos de grande zanga entre uma/um e outra/outro, nunca pode haver a “corte de palavra” (grava ku n’utru) ‘. E o instrumento de teste a isso era, de se cumprimentar em cada manhã e tanto quanto que se apresentasse uma circunstância para tal no decurso de cada dia.
“Mantenha”, entre as Mães elas mesmas, entre elas e o Marido, entre este grupo, os pais, e suas crianças e entre as crianças elas mesmas. “Mantenha” como o primeiro instrumento de criação, de cultivo e da perpetuação do sentimento de pertencimento, da amizade, do amor e da solidariedade familiar. Desde este mundo, se dizia, até no outro mundo. Partilhando o tempo e espaço, a morança. Sendo portanto parentes de pais e mães para a eternidade, daqui neste mundo até no outro mundo. Eis alguns elementos da nossa poligamia tradicional.
Ora, meu caro Khalil Sall, acha que é nisso que o nosso Sissoco está aí com a sua tal história de sua querida “Tigui” VS sua querida “Di” e não sei quem mais. Por favor, deixemos de ser oportunistas para com as nossas tradições. Pois isso aí, de casamentos a torta e direita não têm nada a ver com a nossa tradição, mas sim, com o nosso “divertimento”, fazendo-se uso oportunista do nome da nossa tradição. Eis o problema. E quando é assim, a confusão eterna não espera, instala-se aí, e vai estragando a nossa sociedade do seu mais elementar elemento do núcleo comunal para fora. Temos muito trabalho.
Obrigado. Que reine o bom senso. Amizade. A. Keita
PS.: Eu sou monógamo pela opção bem consciente; tenho uma filha e três netinhos (biológicos) neste momento; mais uns 35 outros netinhos (de aliança parental = filhos/filhas das minhas irmãs meus irmãos); e, casado oficialmente há 39 aninhos. Mantenhas.
E, quantos anos de casamento com a reinha das minas Conakry-Guineensa, a Sra. Tigui? Hi, hi, hi...
ResponderEliminarObrigado.
Que reine o bom senso.
Amizade.
A. Keita
Kila i ka bu problema bai randja son dibo!
EliminarKin cu casa cu branco, cata preocupa cu es. I faci parte di no cultura, mas di kil aspecto positivo.
ResponderEliminarDe acordo, meu caro conterrâneo Sr. Khalil Sall. Simplesmente é que, quem é polígamo de facto, pela opção, seguindo efetivamente a nossa tradição, tem de aceitar, de assumir e respeitar todas as regras aí em vigor. Tal como os nossos antepassados e mesmo pais.
EliminarEu por exemplo, com muito orgulho, recordo-me ainda hoje das minhas 3 Mães (Mãe biológica e Madrastas) entre as quais tinha a sorte de crescer e ser socializada. Sem falar das minhas 5 irmãs (3 mais velhas, 2 mais novas) e também 5 irmãos (2 mais velhos e 3 mais novos).
Nós nascemos e crescemos juntos na mesma morança. Vivemos todos os ventos da irmandade, juntos. Por isso, somos irmãos até hoje, a 100%. Na nossa língua (Nalu e Sussu) não conhecemos o termo composto de “meio-irmão”; nem o de “casa-dois”.
Em casa, dizia o nosso pai, como uma das primeiras regras estabelecidas para a garantia da vida em comum em ambiente mais tendente à criação e preservação da harmonia: ‘mesmo em casos de grande zanga entre uma/um e outra/outro, nunca pode haver a “corte de palavra” (grava ku n’utru) ‘. E o instrumento de teste a isso era, de se cumprimentar em cada manhã e tanto quanto que se apresentasse uma circunstância para tal no decurso de cada dia.
“Mantenha”, entre as Mães elas mesmas, entre elas e o Marido, entre este grupo, os pais, e suas crianças e entre as crianças elas mesmas. “Mantenha” como o primeiro instrumento de criação, de cultivo e da perpetuação do sentimento de pertencimento, da amizade, do amor e da solidariedade familiar. Desde este mundo, se dizia, até no outro mundo. Partilhando o tempo e espaço, a morança. Sendo portanto parentes de pais e mães para a eternidade, daqui neste mundo até no outro mundo. Eis alguns elementos da nossa poligamia tradicional.
Ora, meu caro Khalil Sall, acha que é nisso que o nosso Sissoco está aí com a sua tal história de sua querida “Tigui” VS sua querida “Di” e não sei quem mais. Por favor, deixemos de ser oportunistas para com as nossas tradições. Pois isso aí, de casamentos a torta e direita não têm nada a ver com a nossa tradição, mas sim, com o nosso “divertimento”, fazendo-se uso oportunista do nome da nossa tradição. Eis o problema. E quando é assim, a confusão eterna não espera, instala-se aí, e vai estragando a nossa sociedade do seu mais elementar elemento do núcleo comunal para fora. Temos muito trabalho.
Obrigado.
Que reine o bom senso.
Amizade.
A. Keita
PS.: Eu sou monógamo pela opção bem consciente; tenho uma filha e três netinhos (biológicos) neste momento; mais uns 35 outros netinhos (de aliança parental = filhos/filhas das minhas irmãs meus irmãos); e, casado oficialmente há 39 aninhos. Mantenhas.