Por Abel Djassi Primeiro 19-09-2025
É inegável que qualquer militante tem o direito de solicitar esclarecimentos no seio de uma organização partidária. Contudo, o episódio recente envolvendo a carta subscrita unicamente por Malam Mendes, com a participação discreta de mais uma ou duas pessoas que preferiram não assinar, revela não um exercício saudável de democracia interna, mas sim um ato de precipitação política e desorientação estratégica.
O primeiro erro, de natureza grave, foi o destino dado à carta. Em vez de dirigir o documento ao gabinete competente, optou-se por enviar simultaneamente à Coordenação Nacional e aos meios de comunicação afetos ao PAIGC, conhecidos por explorar qualquer fragilidade interna do MADEM-G15. Essa escolha não foi inocente: além de expor o partido ao escárnio público, revelou uma perigosa tendência para instrumentalizar o debate interno em favor da propaganda adversária.
O segundo erro, ainda mais flagrante, foi a emissão de um ultimato à Direção Superior do Partido. É inconcebível que militantes conscientes ignorem que a disciplina interna é o pilar de qualquer organização política séria. Transformar um pedido legítimo de esclarecimento em uma ameaça aberta à Direção não apenas fere os Estatutos, mas também mina a credibilidade e a estabilidade do Movimento num momento decisivo para o futuro político da Guiné-Bissau.
Outro ponto que não pode passar despercebido é a insensibilidade com que foi tratado o estado de saúde do Coordenador Nacional, Braima Camará. A carta faz menção protocolar e quase indiferente à sua condição, revelando uma ausência de solidariedade que contrasta com a retórica de defesa da legalidade e da democracia. Um partido que não demonstra preocupação genuína com a saúde e a liderança do seu Coordenador corre o risco de transformar-se num espaço de oportunismos, em vez de ser um instrumento de luta coletiva.
Conclusão
Diante desse cenário, é imperativo reafirmar que o MADEM-G15 não se constrói com ultimatos nem com cartas plantadas em jornais satélites do adversário político, mas sim com unidade, disciplina e lealdade aos princípios fundadores.
Conclamamos todos os militantes e simpatizantes a permanecerem calmos, coesos e firmes, confiando na liderança incontestável de Sua Excelência Braima Camará, Coordenador Nacional do MADEM-G15. Ele nunca abandonou a militância na escuridão, e no momento oportuno prestará os devidos esclarecimentos aos órgãos competentes do Partido.
A força do MADEM-G15 não está nas vozes isoladas que buscam protagonismo efêmero, mas na coesão de uma militância consciente que sabe distinguir entre a crítica construtiva e a sabotagem disfarçada.

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