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POR LUSA 28/03/23
A oposição senegalesa anunciou hoje que mantém as manifestações convocadas para quarta e quinta-feira em Dacar, apesar de as autoridades as terem proibido.
Dacar, 28 mar 2023 (Lusa) -- A oposição senegalesa anunciou hoje que mantém as manifestações convocadas para quarta e quinta-feira em Dacar, apesar de as autoridades as terem proibido.
As manifestações foram convocadas a pretexto do julgamento na quinta-feira de um dos líderes da oposição, Ousmane Sonko.
A coligação Yewwi Askan wi (YAW, Libertemos o Povo, na língua wolof) apelou aos senegaleses para participarem numa marcha pacífica na quarta-feira à tarde em Dacar, na véspera do julgamento previsto de Ousmane Sonko, acusado pelo ministro do Turismo, Mame Mbaye Niang, alto quadro do partido presidencial, de "difamação, injúrias e falsificação".
Sonko e os seus apoiantes acusam o governo de utilizar o setor da justiça para o impedir de concorrer à Presidência em fevereiro de 2024.
Pelo contrário, partidários do Presidente da República, Macky Sall, acusam Sonko de querer paralisar o país e usar a agitação popular para escapar à justiça.
O presidente da câmara de Dacar, Mor Talla Tine, proibiu as marchas previstas para quarta e quinta-feira na capital, para o que invocou "ameaças reais à ordem pública".
Em antecipação de possíveis tumultos, a Universidade de Dacar e as escolas senegalesas anteciparam o início das férias da Páscoa para terça-feira, em vez de 01 de abril e 31 de março, respetivamente.
Também hoje, o procurador-geral da República, Ibrahima Bakhoum, anunciou que foram feitas quatro detenções, e emitidos mandados de detenção de mais 19 pessoas, alegadamente ligados a um grupo que pretendia "semear o caos e a insurreição" para "impedir" o julgamento na quinta-feira em Dacar de Ousmane Sonko.
As investigações estabeleceram "factos que põem em jogo a estabilidade do país", disse em conferência de imprensa o procurador-geral.
"A intenção (deste grupo) era realizar atos subversivos e atentar contra figuras públicas na magistratura, no aparelho de Estado, nos círculos religiosos e na imprensa", acrescentou o magistrado.
Ibrahima Bakhoum avançou que a investigação permitiu descobrir "o fabrico" por este grupo de "produtos explosivos, fumígenos e 'cocktails molotov' [engenhos explosivos de fabrico artesanal]" bem como uma viagem dos seus membros para obter armas num mercado sub-regional perto da Guiné-Conacri.
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