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Por LUSA 13/10/22
A Índia garantiu hoje à Gâmbia que está a investigar "seriamente" vários medicamentos para a tosse e o frio produzidos no país asiático e associados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) à morte de mais de 60 crianças.
"Numa teleconferência com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Gâmbia, Mamadou Tangara, transmiti as nossas mais profundas condolências pela morte recente de crianças pequenas. Sublinhei que o assunto está a ser seriamente investigado pelas autoridades competentes", disse o ministro Subrahmanyam Jaishankar, na rede social Twitter.
Ambas as partes concordaram em "manter contacto" sobre o incidente, salientou o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano.
A OMS relatou na semana passada suspeitas de quantidades "inaceitáveis" de dietilenoglicol e etilenoglicol, dois agentes tóxicos, em quatro medicamentos fabricados pela Maiden Pharmaceuticals da Índia.
Estes são medicamentos pediátricos fabricados exclusivamente para distribuição na Gâmbia, que a OMS diz estarem potencialmente ligados a danos renais agudos e a pelo menos 66 mortes entre crianças.
A Maiden Pharmaceuticals está em funcionamento há mais de 30 anos e opera duas fábricas na Índia, ambas no estado norte de Haryana, para a produção de cápsulas, injetáveis, xarope líquido, pomadas e comprimidos que são vendidos em países da Ásia, África e América Latina, de acordo com a empresa.
Na quarta-feira, as autoridades indianas relataram que a produção dos medicamentos suspeitos tinha sido interrompida na sequência de uma inspeção a um dos locais de fabrico, durante a qual as autoridades descobriram "numerosas falhas".
A possível responsabilidade da Maiden Pharmaceuticals na morte das crianças ou na produção de medicamentos contaminados é crítica para a Índia, que tem a terceira maior indústria farmacêutica do mundo, em termos de volume, contribuindo com cerca de 1,72% do Produto Interno Bruto do país.
A produção em grande escala de medicamentos genéricos de baixo custo e ingredientes ativos a granel da Índia tornou-a conhecida como a "farmácia do mundo", com o maior número de fábricas de produção aprovadas pela Food and Drug Administration (FDA) no mundo, depois dos Estados Unidos da América.
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