Mariupol, Ucrânia
Sicnoticias.pt 10 Maio, 2022
Informação só pode ser confirmada quando a missão tiver acesso à cidade.
Uma missão de observação da ONU estimou hoje que “milhares de civis” morreram na cidade ucraniana de Mariupol na sequência da invasão russa, mas admitiu que só poderá comprovar a informação quando tiver acesso à cidade.
O escritório de Direitos Humanos da ONU confirmou a morte de quase 3.400 civis desde o início da guerra, “mas os números reais são muito maiores, o grande buraco negro é Mariupol, onde é difícil corroborar a informação”, disse a chefe da Missão de Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia, Matilda Bogner, em conferência de imprensa hoje em Genebra.
“Em termos do país como um todo, tudo o que posso dizer é que existem mais milhares (de civis mortos) do que conseguimos identificar até agora”, avançou.
Bogner sublinhou que em visitas a 14 cidades das regiões de Kiev e Chernigov, os observadores da ONU recolheram informações sobre a morte de mais de 300 homens, mulheres e crianças, principalmente nas áreas do norte da capital ocupadas por tropas russas até final de março.
Nesses locais, a missão da ONU, liderada pela alta-comissária para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, recolheu evidências de assassínios, execuções sumárias, tortura e violência sexual.
“Cada morte é uma tragédia. Dependendo das circunstâncias, a morte de um único civil ou de alguém que não participe na luta pode ser um crime de guerra, porque [os civis] são pessoas protegidas pelo direito internacional”, lembrou Boger.
Segundo adiantou, alguns crimes foram seletivos, mas outros foram completamente aleatórios, contra pessoas que viajavam nos seus veículos ou tentavam atravessar uma rua.
Os ‘snipers’ (atiradores especiais) também são conhecidos por dispararem sobre civis, alegadamente para os impedir de saírem de casa, acrescentou.
Embora reconheça que “vai levar muito tempo para perceber toda a magnitude do que aconteceu”, Boger referiu que o que foi visto até agora “oferece uma ideia clara de quais são as preocupações”.
A missão da ONU trabalha na Ucrânia desde 2014, após o início do conflito na região leste do Donbass, na fronteira com a Rússia, e agravada pelo fornecimento de armas e mercenários russos a grupos separatistas.
Atualmente, a missão conta com vários escritórios em diferentes localidades e 55 observadores na Ucrânia, que viajaram para verificar e documentar a destruição e os crimes cometidos desde 24 de fevereiro, quando a guerra começou.
Bogner disse que, desde então, a forma como a Rússia conduz as hostilidades mudou, já que passou de atacar alvos militares para bombardear áreas povoadas, com o consequente impacto sobre a população.
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Mais de mil militares ucranianos, incluindo centenas de feridos, ainda permanecem no complexo siderúrgico de Azovstal, cercado por tropas russas em Mariupol, disse hoje a vice-primeira-ministra ucraniana à agência de notícias France-Presse (AFP).
Após a retirada de todos os civis com a ajuda da ONU na semana passada, "mais de mil" militares, incluindo "centenas de feridos", permanecem nas galerias subterrâneas deste vasto complexo industrial, declarou Iryna Vereshchuk à AFP por telefone.
"Há feridos graves que exigem uma retirada urgente", afirmou a vice-primeira-ministra ucraniana.
Iryna Vereshchuk também desmentiu a informação de que ainda haveria civis no complexo siderúrgico, passada por duas autoridades regionais.
"Isso não é verdade", disse a vice-primeira-ministra, indicando que o líder do regimento Azov "afirmou oficialmente" a funcionários do Governo ucraniano e a um representante da ONU "que nenhum civil, nenhuma mulher, criança ou idoso permaneceu em Azovstal"...Ler Mais
Notícias ao Minuto 10/05/22
O investigador especialista em Defesa Rob Lee diz que este será o primeiro vídeo em que podemos observar os canhões Howitzer de 155 mm.
A administração Biden e os países da NATO dizem estar a fornecer armas à Ucrânia com base no que as forças ucranianas dizem precisar.
No mais recente pacote de ajuda à Ucrânia, foi enviado pelos norte-americanos equipamento no valor de 758 milhões de euros. Entre a ajuda militar já enviada, estão incluídos helicópteros Mi-17, canhões Howitzer de 155 mm e mais drones Switchblade.
Segundo o investigador especialista em Defesa Rob Lee, num post no Twitter, este é o primeiro vídeo onde se pode ver as forças armadas ucranianas a utilizar canhões Howitzer, enviados pelos Estados Unidos.
Segundo o mesmo, as imagens serão captadas no leste da Ucrânia.
O presidente norte-americano Joe Biden aprovou esta segunda-feira uma atualização ao 'Lend-Lease Act', uma medida que permitiu aos Estados Unidos acelerar o envio de armas durante a Segunda Guerra Mundial para os países aliados, apoiando na luta contra a Alemanha nazi.
A medida, que já fora aprovada no final de abril pelo Congresso, permitirá agora aos Estados Unidos acelerar o armamento das tropas ucranianas, no combate à invasão russa.
Na Casa Branca, Joe Biden afirmou que os Estados Unidos apoiam o povo ucraniano na sua "luta para defender o seu país e a sua democracia contra a guerra brutal de Putin".
O número de pessoas deslocadas internamente na Ucrânia devido à guerra iniciada pela Rússia ultrapassou a marca de 8 milhões, mais 24% do que os valores publicados anteriormente, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A estimativa da organização, feita com base numa pesquisa realizada entre 17 de abril e 03 de maio, adianta que a maior necessidade referida pelos deslocados é apoio financeiro.
Segundo o relatório da OIM, dois terços dos entrevistados identificaram o apoio em dinheiro como a sua principal necessidade, um número muito superior aos 49% que pediam sobretudo ajuda financeira no início da guerra.
Mais de 70% dos entrevistados disseram precisar de dinheiro para cobrir despesas de alimentação e/ou médicas...Ler Mais
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