Fonte: RadioBantaba
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21/08/2020 / Jornal Odemocrata
ADVOGADO ACUSA MINISTRO DO INTERIOR DE ‘’SEQUESTRAR’’ EX-SECRETÁRIO DE ESTADO DO TESOURO
O porta-voz do coletivo de advogados do ex-Secretário de Estado do Tesouro, do governo de Aristides Gomes, Suleimane Cassamá, acusou o ministro do Interior, Botche Candé, de ter sequestrado Suleimane Seide.O advogado avançou à imprensa, esta manhã, 21 de agosto de 2020, que o seu constituinte foi detido ontem, 20 de agosto, pela Polícia da Investigação Criminal sem mandado de detenção e sem quaisquer informações claras sobre do que estaria a ser acusado em concreto.
Na sua declarações aos jornalistas, Cassamá afirmou que, supostamente, a detenção do seu cliente terá a ver com a viatura de função que o ex-governante recebeu, mas que terá passado, através da orientação do Primeiro-ministro, Aristides Gomes, a Mamadu Iaia Djaló, na altura Ministro da Justiça e Direitos Humanos, que não tinha a viatura de função.
“Podemos confirmar que a passassão foi feita corretamente. Ele entregou a viatura ao Iaia Djaló e não está na posse da mesma neste momento, e tem com ele todos os documentos comprovativos da entrega e o próprio Iaia Djaló, que se encontra no estrangeiro, confirmou-nos por telefone que recebeu a viatura”, assegurou.
Perante esses fatos, o advogado reagiu com estranheza à situação e questiona por que razão o seu cliente continua detido nas instalações da Polícia de Investigação Criminal, 2ª Esquadra, em Bissau.
Para Suleimane Cassamá, a atitude do ministro do Interior não passa de perseguição política, porque “de há um tempo a esta parte, tem-se assistido à violação sistemática dos direitos fundamentais dos cidadãos, sobretudo os dos dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), nomeadamente, Armando Correia Dias (N’dinho), Malam Bacai Sanhá Júnior (Ex-Secretário de Estado das Comunidades) e este último, Suleimane Seide”.
O Advogado acusou Botche Candé de estar a perseguir o ex-secretário de Estado e denunciou que não lhes foi permitido ter acesso ao seu cliente, “o que constitui uma violação do decreto Nº 03/94″ que diz: ” as autoridades estão obrigadas a permitir aos advogados o acesso aos seus constituintes”, mas “violam-no sistematicamente”, insistiu.
Apesar de se sentir apreensivo em relação ao estado de saúde do seu cliente, o porta-voz do coletivo de advogados diz ter se sentido aliviado, quando soube que permitiram à família a entregar medicamentos e comida ao seu cliente.
“Fora disso, não há mais nada. Ele continua a medicar-se normalmente”, sublinhou.
Por: Assana Sambú
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