Por Fernando Casimiro
Infelizmente, nós Guineenses, continuamos a ignorar o que muitos filhos da Guiné-Bissau têm dito há muitos anos, preferindo denegri-los, desacreditá-los e ameaçá-los. Em contrapartida, qualquer cidadão de outro país que se posicione sobre a Guiné-Bissau, face ao seu estatuto, é logo visto como o milagreiro , o “santo abre latas” que a Guiné-Bissau e os Guineenses precisam para (finalmente) saberem, pasme-se, o que pelos vistos, nunca os filhos da terra tiveram a lucidez e a ousadia de darem a conhecer ao mundo, numa perspectiva de alerta internacional; ou de sugestão e denúncia, sobre o país de todos nós, numa perspectiva patriótica, interna, visando a sensibilização, o debate de ideias e a consciencialização nacional sobre os nossos problemas e como resolvê-los.
Estou triste, sinto vergonha por tantos Guineenses, nos quais me incluo, que nunca foram valorizados pelos préstimos que têm dado ao nosso país sem terem pedido/exigido, ou aceitado qualquer contrapartida retributiva, pois não é esse o motivo dos seus Compromissos para com a Guiné-Bissau, mas cujos pensamentos, suas análises sobre a Guiné-Bissau têm sido “usurpados” e manipulados por outros, de fora, que de vez em quando, em função das suas conveniências e dos seus interesses, utilizam o lirismo numa sessão de abertura em prol da demagogia e de uma suposta neutralidade, e falso amor à Guiné-Bissau, para de seguida se posicionarem a favor dos seus amigos e peões guineenses, por via das suas conexões políticas e ideológicas absolutistas, assentes num egocentrismo de suas lideranças político-partidárias, apenas valorizadas graças a uma árvore comum, plantada por Amilcar Cabral e cuidada por guineenses e cabo-verdianos entre os que deram suas vidas pelas independências de ambos os países, ou dos sobreviventes dessa Missão Comum, de Luta pela Dignidade Humana, dos dois povos irmãos.
O Sr. José Maria Neves, ex-Presidente do PAICV e ex-Primeiro-ministro de Cabo-Verde, de quando em vez, e sempre que lhe convém, decide contar-nos estórias do seu falso amor pela Guiné-Bissau, e sempre que o faz, não deixa por mãos alheias, a defesa dos seus amigos, dos seus interesses políticos e geo-estratégicos na Guiné-Bissau, em nome dos Interesses de Grupos a que está associado e, consequentemente, defende.
Lirismo a quanto obrigas…!
Igualmente, não deixa de reforçar o ataque aos que sempre considerou como seus inimigos guineenses, entre complexos de superioridade e receios de uma Mudança política e Social na Guiné-Bissau, capaz de, parafraseando o Embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, Dr. Hélder Vaz fazer com que a Guiné-Bissau deixe de ser um “circo político”, vendo resgatadas a sua Independência e a sua Soberania, e por via disso, a sua Afirmação no concerto das Nações bem como o merecido respeito a que tem direito
O Sr. José Maria Neves, tenhamos a ousadia de dizê-lo, nunca criticou o PAIGC em concreto, preferindo lançar suspeitas de acusação ou mesmo acusações explícitas às Forças Armadas da Guiné-Bissau, e a alguns partidos políticos guineenses, por todo o mal que tem acontecido na Guiné-Bissau. Será isso imparcialidade e honestidade intelectual?
Será isso sinónimo de se estar a favor da Verdade, da Guiné-Bissau e dos Guineenses?
Amigos da Guiné-Bissau, democratas e estadistas como o Sr. José Maria Neves, na minha modesta opinião, a Guiné-Bissau dispensa!
Amilcar Cabral certamente também desaconselharia, face a tudo o que simboliza a traição do seu legado, quer pelo PAIGC na Guiné-Bissau, quer pelo PAICV em Cabo-Verde!
Haja mais respeito, consideração e valorização pelos pronunciamentos dos filhos da Guiné-Bissau sobre os nossos problemas e sobre as sugestões para a resolução desses problemas!
Se há algo que não precisamos de importar, ou de receber como “ajuda à cooperação”, são as leituras, reflexões, análises, interpretações e críticas sobre a nossa Realidade Política e Social!
Positiva e construtivamente.
Didinho 27.04.2020
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Partilhando sobre Lirismo
Estou farto do lirismo namorador. Político. Raquítico. Sifilítico. De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo. De resto não é lirismo . Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc. Quero antes o lirismo dos loucos. O lirismo dos bêbados. O lirismo difícil e pungente dos bêbedos. O lirismo dos clowns de Shakespeare . . . 🖌️: Manuel Bandeira . . #DiaDoEscritor
Este tal de Maria Neves é mentiroso e falso amigo da Guiné-Bissau. É amigo sim de certas pessoas que swmpre quis ver na liderança deste país. Dispenso a sua amizade....
ResponderEliminarMais uma das mais "sakalatadas" conversas deste nosso irmão Didinho. Perante uma apreciação largamente e tão bem acertada da situação política bissau-guineense dos, pelo menos, últimos 21 anos (a partir do fim da guerra de 7 de Junho de 98), pelo Sr. José Maria das Neves. Pena.
ResponderEliminarObrigado.
Que reine o bom senso.
Amizade.
A. Keita
Didinho é uma merda e bando dos profetas da instabilidade que só aparecem em tempos como estás.
ResponderEliminarInjúrias para que? O senhor tem que se referir ao seu artigo e não à qualificação do seu caráter ou conduta social em como pessoa. Ainda por cima, por termos injuriosos. Não dá. O debate político democrático, sobretudo público, não é isso. Não é violência verbal, sobretudo, sem razão nenhuma. Obrigado.
EliminarNa ótica do Senhor Didinho, todo o mundo que explana uma opinião que não seja coincidente com a sua ou dos seus conluios é logo considerado inimigo do povo guineense e do sistema atualmente vigente no país. O Didinho tem que ter a Cultura Política e a ética de respeitar ideias contrárias ou seja admitir o Pluralismo de ideias.
ResponderEliminarRecomendo vivamente ao Senhor Didinho que abra a sua mente e tenha em conta um Novo Pensamento Político baseado na imparcialidade, legalidade e "Realpolitik".
O Senhor só pode enganar e manipular os incautos e "Naifs".
As suas narrativas já são arcaicas e desatualizadas.
Os Guineenses, enquanto estamos a fazer política de de porcaria nunca aquele país vai alcançar paz, estabilidade política governativo, porque não sabemos fazer a oposição, não sabemos aceitar críticas, concelhos, mas sim é só fazer barrri badja para alcançar o poder.
ResponderEliminarÑ conheço o articulista, mas concordo com ele. Nós, caboverdianos, ñ temos de nos intrometer nos assuntos da Guiné-Bissau, nem para o bem nem para o mal. O fim das ideias relativas à unidade foi uma benção.
ResponderEliminarMeu irmão tem sim a Guiné e CV somos um só, só que os Guineenses tão cada vez mais atrasados em mentes hoje pertencemos uma CPLP porquê que não pode haver opinião de um CV?
EliminarAcho que não faz sentido andarem a trocar opiniões ou a brigaram sobre a Guiné-Bissau. O patriotismo fina no coração de cada Guineense. Ao meu ver, não existe neste mundo um cientista sequer, capaz de traçar uma ideologia política da Guiné-Bissau. País, onde tudo espera para acontecer. País dos "TALVEZ"...
ResponderEliminarO discurso do senhor Dr. José Maria Neves, não nos surprende, porque,ele mesmo veio a Guiné-Bissau no momento da campanha eleitoral pra apoiar seu amigo que tinha candidatado!
ResponderEliminarEnquanto não correrem com esses parasitas todos os tais vindos da luta armada que não sabem nem qual a mão esquerda e direita qualquer burro desde que se auto proclama general da treta quer mandar e o povo não exige os seus direitos desde que ofereçam umas camisolas e chapéus vêm dançar para a rua amanhã logo se vê
ResponderEliminarO que se passa na Guiné é uma anedota e infelizmente não vai se resolver tão cedo
Corram com esses comunistas disfarçados que nada mais querem é encher os bolsos e os disgracados continuam a achar que não têm nada a ver com o Assunto "os políticos é que sabem" mas infelizmente são burros que nem uma porta
Tenham vergonha
Já chega de ver só más notícias, vergonhosas sobre a Guiné
A verdade é que a relação Guiné-Bissau e Cabo-verde, nunca foram boas. Os Cabo-Verdeanos sentem se superiores pelo facto de terem sido usados como cipáios, pelos colonialistas portugueses, para maltratarem e açoitar com chicotes, os Guineenses
ResponderEliminarAinda hoje, o Guineense é multado por 1000 euros no aeroporto de Cabo-Verde.