segunda-feira, 27 de abril de 2020

Amigos da Guiné-Bissau, democratas e estadistas como o Sr. José Maria Neves, na minha modesta opinião, a Guiné-Bissau dispensa!

Por Fernando Casimiro

Infelizmente, nós Guineenses, continuamos a ignorar o que muitos filhos da Guiné-Bissau têm dito há muitos anos, preferindo denegri-los, desacreditá-los e ameaçá-los. Em contrapartida, qualquer cidadão de outro país que se posicione sobre a Guiné-Bissau, face ao seu estatuto, é logo visto como o milagreiro , o “santo abre latas” que a Guiné-Bissau e os Guineenses precisam para (finalmente) saberem, pasme-se, o que pelos vistos, nunca os filhos da terra tiveram a lucidez e a ousadia de darem a conhecer ao mundo, numa perspectiva de alerta internacional; ou de sugestão e denúncia, sobre o país de todos nós, numa perspectiva patriótica, interna, visando a sensibilização, o debate de ideias e a consciencialização nacional sobre os nossos problemas e como resolvê-los.

Estou triste, sinto vergonha por tantos Guineenses, nos quais me incluo, que nunca foram valorizados pelos préstimos que têm dado ao nosso país sem terem pedido/exigido, ou aceitado qualquer contrapartida retributiva, pois não é esse o motivo dos seus Compromissos para com a Guiné-Bissau, mas cujos pensamentos, suas análises sobre a Guiné-Bissau têm sido “usurpados” e manipulados por outros, de fora, que de vez em quando, em função das suas conveniências e dos seus interesses, utilizam o lirismo numa sessão de abertura em prol da demagogia e de uma suposta neutralidade, e falso amor à Guiné-Bissau, para de seguida se posicionarem a favor dos seus amigos e peões guineenses, por via das suas conexões políticas e ideológicas absolutistas, assentes num egocentrismo de suas lideranças político-partidárias, apenas valorizadas graças a uma árvore comum, plantada por Amilcar Cabral e cuidada por guineenses e cabo-verdianos entre os que deram suas vidas pelas independências de ambos os países, ou dos sobreviventes dessa Missão Comum, de Luta pela Dignidade Humana, dos dois povos irmãos.

O Sr. José Maria Neves, ex-Presidente do PAICV e ex-Primeiro-ministro de Cabo-Verde, de quando em vez, e sempre que lhe convém, decide contar-nos estórias do seu falso amor pela Guiné-Bissau, e sempre que o faz, não deixa por mãos alheias, a defesa dos seus amigos, dos seus interesses políticos e geo-estratégicos na Guiné-Bissau, em nome dos Interesses de Grupos a que está associado e, consequentemente, defende.

Lirismo a quanto obrigas…!

Igualmente, não deixa de reforçar o ataque aos que sempre considerou como seus inimigos guineenses, entre complexos de superioridade e receios de uma Mudança política e Social na Guiné-Bissau, capaz de, parafraseando o Embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, Dr. Hélder Vaz fazer com que a Guiné-Bissau deixe de ser um “circo político”, vendo resgatadas a sua Independência e a sua Soberania, e por via disso, a sua Afirmação no concerto das Nações bem como o merecido respeito a que tem direito

O Sr. José Maria Neves, tenhamos a ousadia de dizê-lo, nunca criticou o PAIGC em concreto, preferindo lançar suspeitas de acusação ou mesmo acusações explícitas às Forças Armadas da Guiné-Bissau, e a alguns partidos políticos guineenses, por todo o mal que tem acontecido na Guiné-Bissau. Será isso imparcialidade e honestidade intelectual?

Será isso sinónimo de se estar a favor da Verdade, da Guiné-Bissau e dos Guineenses?

Amigos da Guiné-Bissau, democratas e estadistas como o Sr. José Maria Neves, na minha modesta opinião, a Guiné-Bissau dispensa!

Amilcar Cabral certamente também desaconselharia, face a tudo o que simboliza a traição do seu legado, quer pelo PAIGC na Guiné-Bissau, quer pelo PAICV em Cabo-Verde!

Haja mais respeito, consideração e valorização pelos pronunciamentos dos filhos da Guiné-Bissau sobre os nossos problemas e sobre as sugestões para a resolução desses problemas!

Se há algo que não precisamos de importar, ou de receber como “ajuda à cooperação”, são as leituras, reflexões, análises, interpretações e críticas sobre a nossa Realidade Política e Social!

Positiva e construtivamente.

Didinho 27.04.2020
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Partilhando sobre Lirismo

Estou farto do lirismo namorador. Político. Raquítico. Sifilítico. De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo. De resto não é lirismo . Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc. Quero antes o lirismo dos loucos. O lirismo dos bêbados. O lirismo difícil e pungente dos bêbedos. O lirismo dos clowns de Shakespeare . . . 🖌️: Manuel Bandeira . . #DiaDoEscritor

12 comentários:

  1. Este tal de Maria Neves é mentiroso e falso amigo da Guiné-Bissau. É amigo sim de certas pessoas que swmpre quis ver na liderança deste país. Dispenso a sua amizade....

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  2. Mais uma das mais "sakalatadas" conversas deste nosso irmão Didinho. Perante uma apreciação largamente e tão bem acertada da situação política bissau-guineense dos, pelo menos, últimos 21 anos (a partir do fim da guerra de 7 de Junho de 98), pelo Sr. José Maria das Neves. Pena.

    Obrigado.
    Que reine o bom senso.
    Amizade.
    A. Keita

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  3. Didinho é uma merda e bando dos profetas da instabilidade que só aparecem em tempos como estás.

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    1. Injúrias para que? O senhor tem que se referir ao seu artigo e não à qualificação do seu caráter ou conduta social em como pessoa. Ainda por cima, por termos injuriosos. Não dá. O debate político democrático, sobretudo público, não é isso. Não é violência verbal, sobretudo, sem razão nenhuma. Obrigado.

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  4. Na ótica do Senhor Didinho, todo o mundo que explana uma opinião que não seja coincidente com a sua ou dos seus conluios é logo considerado inimigo do povo guineense e do sistema atualmente vigente no país. O Didinho tem que ter a Cultura Política e a ética de respeitar ideias contrárias ou seja admitir o Pluralismo de ideias.
    Recomendo vivamente ao Senhor Didinho que abra a sua mente e tenha em conta um Novo Pensamento Político baseado na imparcialidade, legalidade e "Realpolitik".
    O Senhor só pode enganar e manipular os incautos e "Naifs".
    As suas narrativas já são arcaicas e desatualizadas.

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  5. Os Guineenses, enquanto estamos a fazer política de de porcaria nunca aquele país vai alcançar paz, estabilidade política governativo, porque não sabemos fazer a oposição, não sabemos aceitar críticas, concelhos, mas sim é só fazer barrri badja para alcançar o poder.

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  6. Ñ conheço o articulista, mas concordo com ele. Nós, caboverdianos, ñ temos de nos intrometer nos assuntos da Guiné-Bissau, nem para o bem nem para o mal. O fim das ideias relativas à unidade foi uma benção.

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    1. Meu irmão tem sim a Guiné e CV somos um só, só que os Guineenses tão cada vez mais atrasados em mentes hoje pertencemos uma CPLP porquê que não pode haver opinião de um CV?

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  7. Acho que não faz sentido andarem a trocar opiniões ou a brigaram sobre a Guiné-Bissau. O patriotismo fina no coração de cada Guineense. Ao meu ver, não existe neste mundo um cientista sequer, capaz de traçar uma ideologia política da Guiné-Bissau. País, onde tudo espera para acontecer. País dos "TALVEZ"...

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  8. O discurso do senhor Dr. José Maria Neves, não nos surprende, porque,ele mesmo veio a Guiné-Bissau no momento da campanha eleitoral pra apoiar seu amigo que tinha candidatado!

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  9. Enquanto não correrem com esses parasitas todos os tais vindos da luta armada que não sabem nem qual a mão esquerda e direita qualquer burro desde que se auto proclama general da treta quer mandar e o povo não exige os seus direitos desde que ofereçam umas camisolas e chapéus vêm dançar para a rua amanhã logo se vê
    O que se passa na Guiné é uma anedota e infelizmente não vai se resolver tão cedo
    Corram com esses comunistas disfarçados que nada mais querem é encher os bolsos e os disgracados continuam a achar que não têm nada a ver com o Assunto "os políticos é que sabem" mas infelizmente são burros que nem uma porta
    Tenham vergonha
    Já chega de ver só más notícias, vergonhosas sobre a Guiné

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  10. A verdade é que a relação Guiné-Bissau e Cabo-verde, nunca foram boas. Os Cabo-Verdeanos sentem se superiores pelo facto de terem sido usados como cipáios, pelos colonialistas portugueses, para maltratarem e açoitar com chicotes, os Guineenses
    Ainda hoje, o Guineense é multado por 1000 euros no aeroporto de Cabo-Verde.

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