As forças de segurança impediram os alunos das escolas públicas na manhã desta quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020, de marcharem para exigir ao executivo o fim das greves nas escolas públicas. A manifestação pacífica estava a ser preparada pela Confederação de Associação de Alunos das Escolas Públicas e Privadas da Guiné-Bissau (CAEPP-GB). Os alunos estavam concentrados a frente do liceu Rui Barcelos Cunha e iam sair em direção ao Palácio do Governo.
Os estudantes foram desmantelados por um cordão policial logo no largo do posto de combustível Elton, em Bissau, quando se preparavam para iniciar a sua marcha que teria o ponto de partida na Assembleia Nacional Popular e terminaria no palácio do governo, para reivindicar, face às paralisações no setor educativo guineense, exigir do executivo o direito à escola.
Em declaração aos jornalistas, o presidente de Associação de Alunos das Escolas Públicas e Privados da Guiné-Bissau, Alfa Umaro Só, avisou que nunca iriam desistir de reivindicar os seus direitos de ir à escola e manifestou a convicção e determinação dos alunos na sua luta contra todas as tentativas de colocar em causa os seus direitos, porque “são os únicos elementos que alimentam ainda a sua esperança de que um dia o país possa ter um ensino de qualidade”.
O líder estudantil explicou que os alunos chegaram a marchar até ao posto de combustível, onde as forças policiais fizeram um cordão para impedi-los de continuar a marcha.
Alfa Umaro Só afirmou que a ordem para dispersá-los e impedir a realização da marcha terá vindo dos superiores das forças policiais, que terão alegado que os alunos não tinham nenhum documento que autorizasse a realização da marcha.
Segundo o responsável dos alunos, a atitude do Comissariado da POP não passa de má fé, porque “não é possível enviar um documento à Câmara Municipal de Bissau desde a semana passada e só ontem, 19 de fevereiro, o assunto começou a ser tratado “.
Alfa Umaro Só desafiou por isso o primeiro- ministro, Aristides Gomes, e o ministro de Educação Nacional, Dautarin Costa, a colocarem seus cargos à disposição caso não tenham condições para dar escola aos cidadãos e não estejam interessados em resolver o problema do ensino.
O líder associativo deixou um aviso de que se a situação se mantiver, os alunos iniciarão a partir desta quinta-feira um conjunto de vigílias em frente do edifício das Nações Unidas para pedir sanções contra os políticos que estão a pôr em causa um dos direitos fundamentais, o direito à educação.
“É a única entidade que pode resolver a situação, porque não é possível que questões político-partidárias interessem mais a Comunidade Internacional do que as da educação”, criticou.
Por: Carolina Djemé
OdemocrataGB
Sem comentários:
Enviar um comentário