O medicamento sujeito à receita médica Utrogestan, comercializado em Portugal pela farmacêutica Jaba Recordati, poderá funcionar como método preventivo no caso de ameaça ou de prevenção de aborto em mulheres que apresentem sinais de gravidez de risco e sangramento até às 16 semanas.
Dois estudos liderados por Arri Coomarasamy da Universidade de Birmingham, uma das figuras mais importantes nas ciências biomédicas e da saúde no UK, e pelo Tommy´s National Centre for Miscarriage, evidenciam a existência de resultados científicos de que a administração de duas cápsulas da progesterona vaginal (Utrogestan) a mulheres que apresentam sinais de gravidez de risco e sangramento até às 16 semanas, poderá reduzir o risco de aborto.
Um dos dois estudos foi publicado no prestigiado American Journal Of Obstetrics and Ginecology, que se debruçou sobre os resultados de dois ensaios clínicos – PROMISE e PRISM – ambos financiados pelo Programa de Tecnologia em Saúde (HTA) do NIHR, National Institute for Heath Research, onde se avaliou a evidência existente relacionada com a toma de Utrogestan. O ensaio clínico PROMISE, estudou cerca de 836 mulheres com abortos recorrentes e idiopáticos em 45 hospitais no Reino Unido e nos Países Baixos, onde encontrou uma taxa de nados vivos 3% mais alta com progesterona, embora com incerteza estatística substancial. O ensaio clínico PRISM estudou 4.153 mulheres com hamorragia precoce na gravidez em 48 hospitais no Reino Unido. Nas mulheres que já sofreram um ou mais abortos no passado e que receberam agora progesterona, foi observado um aumento estatisticamente significativo de 5% no número de partos com nados-vivos em comparação com aqueles que receberam um placebo.
O benefício foi ainda maior para mulheres que tiveram anteriores "abortos recorrentes" (três ou mais abortos) - com um aumento estatisticamente significativo de 15% na taxa de nados vivos no grupo da progesterona em comparação ao grupo do placebo.
Já o segundo estudo, publicado no prestigiado British Journal of Obstetrics & Gynecology, concluiu que a progesterona é custo efectivo custando em média, 204£ por gravidez. (cerca de 241€).
Segundo Arri Coomarasamy, “Este tratamento permite uma taxa de sucesso elevada, dando a oportunidade a mulheres com gravidez de risco e hemorragia precoce na gravidez - com um histórico de um ou mais abortos - de fazer o tratamento de 400 mg de progesterona duas vezes ao dia, iniciado no momento de apresentação de sinais de sangramento e continuando até às 16 semanas de gestação”.
As conclusões dos dois estudos permitem apurar que a administração de progesterona via vaginal, pode ser uma solução económica e bem-sucedida no tratamento profilático de abortos recorrentes.
Utrogestan é um medicamento sujeito a receita médica, cuja substância ativa é a progesterona. A forma farmacêutica deste medicamento é em cápsulas moles, que são administradas por via oral ou por via vaginal (conforme orientação do seu médico), retirando as suas propriedades farmacológicas da progesterona natural - antiestrogénico, gestagénico, fracamente antiandrogénico e antialdosterona.
Em Portugal, o medicamento é distribuído pela farmacêutica Jaba Recordati, detentora da Autorização de Introdução no Mercado, AIM.
NAOM
Leia Também: Dar hormonas de progesterona a grávidas pode prevenir abortos
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.