segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Sociedade civil guineense defende dissolução do Parlamento caso persista crise política

A Aliança das organizações da sociedade civil guineense entregou hoje ao chefe do Estado, José Mário Vaz, uma proposta de saída da crise no país que, entre outros, defende a dissolução do Parlamento e convocação de eleições legislativas.


O novo presidente do movimento nacional da sociedade civil guineense, Fodé Sanhá, foi quem liderou a delegação da Aliança, que congrega várias associações, hoje recebida em audiência por José Mário Vaz.

Em declarações aos jornalistas, Fodé Sanhá explicou que entregaram ao chefe do Estado a "contribuição da sociedade civil para saída da crise" e vão fazer a mesma coisa com os signatários do Acordo de Conacri e os restantes titulares de órgãos de soberania.

O Acordo de Conacri é uma proposta de saída da crise política na Guiné-Bissau, apresentada pela Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) que passa pela nomeação de uma figura consensual para liderar o Governo a ser integrado por todas as partes desavindas há cerca de três anos.

A comunidade internacional considera o Acordo de Conacri como único caminho para acabar com o impasse político na Guiné-Bissau.

O Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, mediador da crise guineense, proposto pela CEDEAO, aponta o nome do dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) Augusto Olivais como sendo a figura do consenso escolhida para liderar o Governo, no âmbito do Acordo de Conacri.

Vários signatários do documento rubricado em outubro na Guiné-Conacri contestam o mediador da CEDEAO e afirmam que em nenhum momento ficou retido o nome de Augusto Olivais como consensual para primeiro-ministro guineense.

A Aliança das organizações da sociedade civil considera ser crucial que haja um esclarecimento dos pontos do Acordo de Conacri e só depois exigir a sua implementação na íntegra.

Se persistirem as divergências na interpretação do documento, como tem sido desde que foi assinado, a 14 de outubro de 2016, a Aliança propõe, então, que o Presidente José Mário Vaz dissolva o Parlamento e forme um Governo da sua iniciativa para organizar as eleições legislativas.

"O Presidente recebeu a nossa proposta mas fez ver que não depende só dele", declarou Fodé Sanhá.

José Mário Vaz anunciou que vai auscultar, ainda esta semana, os partidos com assento parlamentar sobre a marcação da data das próximas eleições que a comunidade internacional, entre as quais o conselho de segurança das Nações Unidas, querem que tenham lugar ainda no decurso deste ano.

Por dn.pt/lusa

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