O jornalista e analista político, António Nhaga, defendeu na sexta-feira (23.02) que o Chefe de Estado, José Mário Vaz deve demitir-se caso não pode resolver a crise política que dura há mais dois.
O Editor chefe do semanário independente O´democrata, António Nhaga entende que o Presidente guineense deve tomar uma decisão face ao aprofundamento da crise, caso contrario que peça desculpa à nação e demita-se.
Nhaga aceitou comentar à Rádio Jovem a crise vigente na Guiné-Bissau com o impasse na formação de governo que será liderado por Artur Silva, primeiro-ministro, indigitado pelo Presidente da República, José Mário Vaz e rejeitado pelas formações politicas.
“Nomeou um primeiro-ministro que tem dificuldades em formar o seu governo, não quer dissolver o parlamento e com as sanções à porta, o que é que o Jomav está a fazer? Ele, enquanto o Presidente da república deve fazer alguma coisa para acabar com a crise, se não puder, que peça a sua demissão”, atirou o também professor da Universidade Lusófona de Bissau.
Na opinião do analista, o “Jomav”, como é conhecido o Chefe de Estado esta incolorado num beco sem saída para actual impasse político que iniciou após a queda do então governo liderado por Domingos Simões Pereira, o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Para António Nhaga, o atual primeiro-ministro não tem condições de seguir em frente com a formação de um governo sem o apoio dos signatários do Acordo de Conacri, pelo que deve colocar o lugar a disposição do chefe de Estado.
“Se o Governo tem que ser formado na base do Acordo de Conacri é porque Artur Silva não tem condições para o fazer. Ouvi dizer que ele vai avançar com a formação do seu governo, mas como? A única solução para a crise é a dissolução do Parlamento e marcar eleições, porque quanto mais prolongar a crise, Artur Silva estará a manchar mais o seu currículo”, argumentou o jornalista.
Igualmente bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, diz que com o aprofundar da crise com a nomeação de Artur Silva para chefe do executivo, não há outra saída que não seja a dissolução do Parlamento pelo Presidente da República.
Questionado sobre as afirmações do Presidente da República, sobre as sanções aplicados a 19 personalidades do país, entre as quais o seu filho Herson Vaz, o docente considera de ridículo a posição de José Mário Vaz.
Em declarações aos jornalistas esta quinta-feira à margem de uma visita às instalações de uma antiga unidade industrial, em Cumeré, 40 quilómetros a norte de Bissau, Mário Vaz disse não estar preocupado com as sanções mas sim em criar emprego para os jovens e potenciar a riqueza para o país.
Questionado sobre se não estava preocupado com o facto de as sanções abrangerem o seu filho, o líder guineense considerou que Herson Vaz “é um guineense como qualquer outro cidadão”.
Por: Alison Cabral
radiojovem
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