Sim, o tabagismo é a principal causa do cancro do pulmão, mas esta doença também afeta não fumadores. Há sete possíveis causas para isso acontecer.
Apesar de o tabagismo ser o principal responsável pela maior parte dos casos de cancro do pulmão, cerca de 20% dos tumores nos pulmões desenvolvem-se em não fumadores.
Mas o cancro dos pulmões que afeta os fumadores ou antigos fumadores é um pouco distinto do que afeta as pessoas que nunca fumaram. De acordo com o que o Dr. Vicent Lam, especialista em cancro dos pulmões do Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, explicou à revista Health, as pessoas com cancro nos pulmões que nunca fumaram tendem a ser mais novas do que os fumadores (ou antigos fumadores) que têm esta doença e os seus tumores tendem a ser mais tratáveis, o que permite que vivam mais anos.
Especialistas e investigadores ainda estão a estudar os fatores que podem provocar o aparecimento de cancro dos pulmões em não fumadores, mas já há alguns vilões apontados. São eles:
Radónio - elemento químico gasoso radioactivo (símbolo: Rn), de número atómico 86 - A Agência de Proteção Ambiental do Estados Unidos identifica o radónio como a principal causa do cancro de pulmão logo depois do tabagismo. O gás de radónio é um subproduto do urânio desfeito, pode ser encontrado no ar à nossa volta e geralmente é inofensivo. O perigo surje quando este gás radioativo que ocorre de forma natural é preso e concentrado, como pode acontecer nas minas e nos andares inferiores de algumas casas. Ainda assim, é precisa estar exposto durante muito tempo para ficar doente.
Fumo passivo. Cerca de 15% a 35% dos casos de cancro dos pulmões em não fumadores podem ser provocados pelo fumo passivo. O fumo passivo pode acontecer de duas formas: quando o não fumador inala o fumo libertado pela ponta acesa do cigarro (o mais tóxico) ou quando o não fumador inala o fumo exalado pelo fumador.
Amianto. O amianto refere-se a um grupo de minerais encontrados em muitos materiais de construção, bem como peças de automóveis e navios. Como a sua ligação ao cancro de pulmão é bem conhecida, o amianto está a ser removido de vários edifícios e é muito menos usado do que no passado.
Poluição atmosférica. A poluição originada pela exaustão de veículos, centrais elétricas, fogões a lenha e outras fontes contém pequenas partículas que também podem contribuir para o cancro do pulmão.
Radiação no peito. Quem fez tratamentos de radiação no peito (geralmente para outro tipo de cancro) também tem um maior risco de ter cancro dos pulmões, mesmo que nunca tenha fumado.
Mutações genéticas. Além das diferenças genéticas entre os próprios tumores de cancro do pulmão que afetam quem fuma ou fumou em comparação com quem nunca fumou, os investigadores também encontraram diferenças genéticas entre as próprias pessoas afetadas. Estas mutações genéticas podem ser herdadas ou adquiridas durante a vida.
Poluição em ambientes fechados. Aquecer a casa ou cozinhar com combustíveis sólidos (madeira ou carvão) ou cozinhar sobre chamas abertas, aliados à má ventilação pode levar à poluição do ar interior, o que pode contribuir para o risco de desenvolver cancro do pulmão.
POR VÂNIA MARINHO
NAOM
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