© Reuters
POR LUSA 08/11/23
Os serviços secretos militares ucranianos reivindicaram hoje a responsabilidade por um atentado que matou um membro da administração russa na região ocupada de Lugansk, no leste da Ucrânia.
Trata-se do coronel Mikhail Yuryevich Filiponenko, que morreu na sequência da explosão do carro em que seguia.
Filiponenko era membro do Conselho Popular da autoproclamada República Popular de Lugansk (RPL), apenas reconhecida por Moscovo.
Foi também um dos fundadores da milícia separatista de Lugansk em 2014, no início da guerra entre Kiev e as tropas pró-russas apoiadas por Moscovo.
"A operação especial para liquidar o carrasco Filiponenko foi realizada em conjunto com representantes do movimento de resistência ucraniano" na zona, declarou a inteligência militar, que faz parte do Ministério da Defesa ucraniano.
A morte do deputado foi confirmada pelo filho, Ivan Filiponenko, que disse ao portal de notícias Lug-Info que o pai tinha sofrido "ferimentos fatais".
Filiponenko "participou na organização de campos de tortura nos territórios ocupados da região de Lugansk, onde prisioneiros de guerra e reféns civis eram submetidos a torturas desumanas", disse a secreta militar ucraniana, segundo a agência espanhola EFE.
Foi ministro do Interior de Lugansk depois de as milícias separatistas terem assumido o controlo do território.
As milícias torturaram civis ucranianos e prisioneiros de guerra capturados durante a ofensiva do exército ucraniano contra os rebeldes, agora incorporados no esforço de guerra russo, segundo Kiev.
Mikhail Filiponenko sobreviveu a um atentado idêntico em 21 de fevereiro de 2022, uma semana depois da invasão russa da Ucrânia.
Já depois de ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, Moscovo declarou como anexadas ao território da Federação Russa as regiões ucranianas de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijia.
A Ucrânia e a generalidade de comunidade internacional não reconhecem as anexações das cinco regiões pela Rússia.
Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia são regularmente atingidas por atentados, por vezes mortais, contra funcionários da administração de ocupação russa.
Desde a ofensiva de fevereiro de 2022, as autoridades russas atribuíram à Ucrânia a responsabilidade por vários assassínios ou tentativas de assassínio.
Antes dessa data, os territórios sob controlo pró-russo nas regiões de Donetsk e Lugansk também tinham sido afetados por ajustes de contas fatais entre separatistas, segundo a agência francesa AFP.
Na semana passada, os serviços de segurança russos (FSB) acusaram Kiev de estar por detrás da tentativa de assassinato na Crimeia, no final de outubro, de um antigo deputado ucraniano que tinha desertado para a Rússia, Oleg Tsariov.