Cerca de uma centena de organizações políticas e da sociedade civil do Senegal lançaram uma coligação contra a possibilidade de o Presidente, Macky Sall, se candidatar às eleições de 2024, um terceiro mandato que, consideram, seria inconstitucional.
Mamadou Mbodj, coordenador da nova coligação denominada Senegal F24, indicou que a estrutura é composta por 112 "entidades", incluindo o opositor Ousmane Sonko, detido, a antiga primeira-ministra Aminata Touré, e duas das principais associações de direitos humanos do Senegal.
"A missão da Senegal F24 é mobilizar os cidadãos senegaleses para conseguir o respeito de Sall pela Constituição e pela palavra dada", disseram os seus líderes num comunicado.
Os signatários exigem ainda a "supressão" de artigos da lei eleitoral e "artifícios jurídico-políticos" que "possam ser suscetíveis" de permitir a candidatura de Sall, bem como "a libertação dos presos políticos e o fim da proibição de manifestações", de forma a criar "condições ótimas e consensuais para eleições tranquilas, inclusivas e transparentes".
Sall disse, no início de abril, que está "aberto ao diálogo" para abordar a crise política que o país atravessa após protestos nas últimas semanas contra a detenção e condenação de Sonko - a aguardar novo julgamento, acusado agora de difamação de um ministro -, e a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato nas eleições de 2024.
O Presidente rejeitou as alegações sobre a possibilidade de violar o limite de dois mandatos caso se candidatasse à reeleição e ressaltou que "no plano jurídico, o debate está encerrado há muito tempo". No entanto, especificou que ainda não decidiu se irá às urnas novamente.
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