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Por LUSA 11/10/22
O Presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu segunda-feira ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, que irá continuar a fornecer à Ucrânia o equipamento necessário para se defender das forças russas, incluindo sistemas avançados de defesa aérea, divulgou a Casa Branca.
Os dois chefes de Estado conversaram esta segunda-feira por telefone, com o norte-americano a expressar a Zelensky as suas "condolências", após os bombardeamentos russos em larga escala contra várias cidades ucranianas, revelou em comunicado a Casa Branca.
Biden destacou ainda o seu compromisso, juntamente com os aliados, para continuar a impor custos à Rússia, responsabilizando Moscovo pelos seus "crimes de guerra e atrocidades".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também divulgou que discutiu com o homólogo norte-americano a assistência à defesa aérea, na sequência do bombardeamento maciço pelas forças russas de várias cidades da Ucrânia.
"A defesa aérea é atualmente a prioridade número um da nossa cooperação em defesa", apontou o governante ucraniano, através das redes sociais.
Zelensky informou Biden sobre as consequências dos ataques, alertando que os recentes danos em larga escala na infraestrutura de energia crítica representam sérios desafios antes do próximo inverno e o início da temporada de aquecimento, segundo refere uma nota divulgada pela presidência ucraniana.
Ainda durante a conversa telefónica, os dois líderes discutiram a próxima reunião extraordinária do G7, agendada para esta terça-feira e que contará com Zelensky.
O encontro virtual será dedicado à Ucrânia e abordará as medidas mais urgentes de apoio a Kyiv que podem ser adotadas pela comunidade internacional.
Os bombardeamentos russos em larga escala lançados esta segunda-feira contra várias cidades ucranianas, incluindo Kyiv, provocaram numerosas vítimas e a destruição de importantes infraestruturas, enquanto a população procura proteção em abrigos.
Na reação aos bombardeamentos o chefe de Estado ucraniano referiu que os ataques em várias regiões da Ucrânia visam danificar as infraestruturas de energia e provocar baixas entre a população civil.
A Rússia realizou estas iniciativas militares dois dias depois de um ataque numa ponte que liga a Crimeia à Rússia, pelo qual Moscovo acusa Kyiv.
A ponte é vista como um símbolo da anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, e, apesar dos danos sofridos no sábado, parte da infraestrutura continua a ser usada.
Desde o início da guerra em curso, em 24 de fevereiro deste ano, tem sido utilizada no transporte de equipamento militar pesado e no reabastecimento das tropas russas no sul da Ucrânia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou lançar novos ataques, se a Ucrânia insistir em cometer "ataques terroristas" contra a Rússia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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Por LUSA 11/10/22
As várias delegações diplomáticas que discursaram na segunda-feira numa reunião de emergência da Assembleia-Geral da ONU condenaram as anexações e os ataques perpetrados pela Rússia contra a Ucrânia, enquanto Moscovo defendeu a incorporação dos territórios ucranianos.
Ao longo da reunião - que antecedeu uma resolução que procura condenar a "tentativa de anexação ilegal" de quatro regiões ucranianas e que será votada esta semana -, vários países condenaram os referendos levados a cabo pela Rússia e denunciaram a sua natureza ilegal, deixando claro que essas áreas continuam a pertencer à Ucrânia apesar das anexações feitas por Moscovo.
De fora das declarações dos embaixadores não ficaram os ataques mortais lançados na segunda-feira pela Rússia contra várias cidades ucranianas, que provocaram, pelo menos, 14 mortos e 97 feridos.
Contudo, o foco desta reunião de emergência foram as anexações russas, com vários diplomatas a considerarem ultrajante a ideia de um país realizar um referendo falso em outro país, lançando duras criticas ao Presidente russo, Vladimir Putin.
"Putin está a tentar tirar aos ucranianos as suas terras, os seus recursos, a sua identidade...e ao fazê-lo está a derrubar o princípio mais sagrado no sistema internacional: que as fronteiras não podem ser desenhadas pela força", disse a embaixadora do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward.
Em nome dos oito países nórdicos-bálticos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega, Suécia e Estónia), o embaixador da Letónia, Andrejs Pildegovics, instou todos os 193 Estados-Membros da ONU a rejeitarem os "falsos referendos" da Rússia, assim como a sua tentativa ilegal de anexar qualquer parte do território ucraniano, e a defender a Carta das Nações Unidas.
"Reiteramos o nosso apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. As tentativas ilegais russas de alterar o estatuto das regiões ucranianas não têm validade legal", disse o representante diplomático.
"Sabemos o que é anexação e ocupação. Nós experimentamos isso durante e após a Segunda Guerra Mundial. Portanto, devemos fazer todo o possível para defender a Carta da ONU. Os países nórdicos e bálticos votarão a favor desta resolução e apelarão aos Estados-Membros para que façam o mesmo", exortou Pildegovics.
Além de exigir que a Rússia reverta a anexação de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, a resolução apoiada pelo ocidente declara que as ações de Moscovo violam a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e são "inconsistentes" com os princípios da Carta da ONU.
A resolução proposta diz que as anexações também "não têm validade sob o direito internacional e não formam a base para qualquer alternância do estatuto dessas regiões da Ucrânia".
O documento exige que a Rússia "retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas" de forma a permitir a resolução pacífica do conflito, através do "diálogo político, negociações, mediação e outros meios pacíficos".
Por sua vez, o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, insistiu que o seu país está a atuar na Ucrânia em defesa de uma população cujos direitos estão a ser pisoteados e garantiu que os referendos foram realizados com todas as garantias.
Nebenzya defendeu ainda que estes movimentos não violam o direito internacional, ao contrário do que afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O representante russo também acusou as potências ocidentais de terem um duplo padrão, por ter aceitado no passado a segregação de Kosovo e agora oporem-se à divisão destas regiões ucranianas e a sua adesão à Rússia.
Além disso Nebenzya, indicou que o Governo de Kiev perdeu toda a legitimidade nessas áreas e entre os habitantes de língua russa do país.
Além disso, Moscovo pediu mais uma vez que a votação da resolução - que deverá ocorrer na quarta-feira, quando a reunião será retomada - seja secreta, mas a sua proposta foi derrotada pela maioria dos Estados-membros.
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