quarta-feira, 6 de abril de 2022

UNTG DENUNCIA PLANO DE RECENSEAMENTO SELETIVO E PARTIDÁRIO NA FUNÇÃO PÚBLICA

 O DEMOCRATA  06/04/2022 

O vice-secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Yasser Turé, denunciou a existência de um plano de recenseamento seletivo e na base de militância partidária na função pública.

Yasser Turé fez essa denúncia em conferência realizada esta quarta-feira, 6 de abril de 2022, defendendo que o governo faça um trabalho com base na meritocracia e garantir que o país possa poupar oito biliões de francos CFA que mensalmente gasta para pagar trinta e seis mil trabalhadores fantasmas.

“Nunca o país conseguirá definir um plano ou implementar uma estratégia de desenvolvimento sem uma máquina apta para fazê-lo, ou seja, a seleção rigorosa de quadros à altura dos desafios de desenvolvimento”, disse, alertando que é necessidade o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional intervirem para acabar com injustiça social no país.

“Essas duas instituições financeiras internacionais têm que ter a coragem de questionar o governo para obter respostas das despesas injustificáveis com o dinheiro proveniente dos impostos e taxas do povo”, frisou, para de seguida afirmar que a  UNTG vai continuar a exigir que o princípio da legalidade seja respeitado, porque “perseguir líderes sindicais constitui uma das violações do direito sindical”.

O vice-secretário-geral de uma das maiores centrais sindicais do país frisou que a reforma que a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau tem reclamado há um ano deve obedecer a critérios de convergência da União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA).

“A UNTG não fixou nenhum critério. Os critérios foram fixados pela organização a qual a Guiné-Bissau aderiu, quer dizer que atualmente nenhum país membro pode ter sete funcionários por mil habitantes”, salientou. 

Yasser Turé afirmou que a UNTG  não está interessada em provocar nova crise, mas sublinhou que se for empurrada, será obrigada a paralisar novamente a função pública.

O sindicalista acusou o governo de falta de capacidade para travar a subida de preços dos produtos de primeira necessidade e de ter aprovado um Orçamento Geral de Estado para o ano económico 2022 “hostil”. 

“Atualmente estamos acima de vinte trabalhadores por mil habitantes. Se o governo quer contornar a situação da massa salarial que está acima de trinta e cinco por cento das nossas receitas, tem que limitar o déficit público e baixar a massa salarial, bem como respeitar o critério de número de funcionários públicos definido em conjunto com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional”, notou.

“É óbvio que é nossa obrigação falar com as duas instituições financeiras internacionais para exigir que o governo respeite  os critérios, porque o dinheiro que dão emprestado ao executivo é gasto em nome dos trabalhadores “, disse.

Yasser denunciou que o processo de diligências para o pagamento dos técnicos de saúde anunciado pelo Ministro da Saúde Pública está a ser mal conduzido e de forma ” ilegal”.

Por: Filomeno Sambú

Foto: F.S

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