sábado, 15 de maio de 2021

A visita de Estado do Presidente da República de Portugal, à Guiné-Bissau, será uma visita que irá relançar novas Pontes de Cooperação entre os dois Países e Povos, irmanados por uma Secular História Comum!...

Enquanto simples cidadão, numa perspectiva/iniciativa, pessoal, posso dizer que não reconheço a legitimidade do poder dirigente do Estado, sem que, este meu posicionamento, vincule uma instituição da qual sou membro, ou até dirigente máximo. 

Não reconhecer a legitimidade de um Presidente da República, é um direito político e civil do cidadão que não votou no Presidente da República eleito, porém, não é a mesma coisa que dizer que o fulano, eleito democraticamente, não é o Presidente da República do meu País!

Quando o Presidente de um partido político, que foi candidato derrotado nas eleições presidenciais, e que nem sequer, suspendeu o "seu" estatuto e o mandato de Presidente do seu partido, para se candidatar às eleições presidenciais, continua a insistir (ele que é Deputado e membro do Conselho de Estado), que não reconhece o Presidente da República eleito, então, devemos dar-lhe "razão" em certa medida, pois só mesmo um Presidente da República sem legitimidade suportaria um "prolongamento da campanha eleitoral" para as eleições presidenciais, realizadas em 2020 e com um vencedor anunciado publicamente pela Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau, eleições essas, consideradas livres e transparentes pelas Missões de Observadores Internacionais presentes no terreno!

Mas até quando o candidato derrotado, que reconheceu e felicitou, publicamente, através de um telefonema (toda a gente ouviu a conversa e a gravação existe), ao candidato vencedor,  continuará a pôr em causa a legitimidade do poder político do Estado, impulsionando cada vez mais a desunião do Povo Guineense?

O Presidente da República eleito que, à luz da Constituição da República é o Símbolo da Unidade Nacional, pelos vistos, continua a dar "razão" ao derrotado candidato presidencial, no seu posicionamento de negação do reconhecimento dos resultados eleitorais das últimas eleições presidenciais na Guiné-Bissau. 

É caso para perguntar, quem tem medo de assumir a legitimidade política, Jurídica, constitucional e legal de uma eleição presidencial cujo vencedor foi anunciado pela entidade competente, a Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau, e o mandato presidencial, validado pelo Supremo Tribunal de Justiça, órgão competente para o efeito, havendo litígios por via de recurso contencioso, após diversos jogos de influência da Magistratura Judicial?

O candidato derrotado afirmou que respeitaria a decisão final do Supremo Tribunal de Justiça. Essa decisão surgiu e o candidato derrotado voltou a apresentar à opinião pública o seu argumento de que o Presidente da República não foi empossado no Parlamento...

Ainda que a Constituição da República da Guiné-Bissau estabeleça que o Presidente da República eleito é empossado numa Cerimónia protocolar na Assembleia Nacional Popular, isso não inviabiliza em nenhum acto, a legitimidade do anúncio dos Resultados Eleitorais pela Comissão Nacional de Eleições, Entidade Competente para o efeito, nem a validação, pelo Supremo Tribunal de Justiça, dos Resultados Eleitorais Finais, após Recurso Contencioso. 

Não é o candidato presidencial derrotado nas urnas quem manda e desmanda nas Instituições da República!

Se quer continuar a não reconhecer a legitimidade constitucional que ditou um novo Presidente da República da Guiné-Bissau nos finais de 2020, que o faça a título pessoal. É um direito que lhe assiste.

Porém, enquanto Deputado da Nação e Membro do Conselho de Estado, por ser Presidente de um Partido político com Representação Parlamentar, não fica bem a alguém que diz querer o melhor para a Guiné-Bissau e para os Guineenses, continuar a promover a desunião dos Guineenses; a incitar à desobediência civil, ao desrespeito pelos órgãos de soberania do Estado; à difamação do Estado e à denigração do País que, paradoxalmente, quer dirigir.

Consentir que núcleos declarados de apoiantes seus, em primeiro lugar, e só depois, do Partido que dirige, insultem políticos e governantes, incluindo o Presidente da República, sem nenhuma reacção, pedagógica que fosse, não fica bem a quem assume ser o único cidadão Guineense preparado para dirigir a Guiné-Bissau!

Esta "Escola" não é nova e continuará, infelizmente, a prejudicar a evolução do Processo de Mudança Mental da Sociedade Guineense actual e, consequentemente, das Gerações Vindouras. 

Consentir que essa "tropa" de apoiantes declarados continue a insultar e a ameaçar, publicamente, em defesa do seu nome, simples cidadãos que pensam diferente, por serem livres e independentes no pensar e no agir, sem nenhuma reacção da sua parte, só pode ser trunfo de quem não aceita a democracia e o pluralismo de ideias, enquanto seu sustento.

Investir na diabolização do Estado e consequentemente, do País, inclusive, ficar indiferente à manifestação vergonhosa dos seus apoiantes, contra a visita de Estado do Presidente da República de Portugal à Guiné-Bissau, atinge todos os limites dos Direitos, Liberdades e Garantias Fundamentais. 

Portugal é o MAIOR PARCEIRO ECONÓMICO da Guiné-Bissau!

Portugal que nós, Guineenses, continuamos a subestimar, é a Principal porta de entrada da Guiné-Bissau na União Europeia, Organização que é o MAIOR PARCEIRO MULTILATERAL DE COOPERAÇÃO com a GUINÉ-BISSAU!

Porque é que alguém que pretende vir a dirigir a Guiné-Bissau pactua, através de um posicionamento de indiferença cúmplice e devidamente ponderado, com a campanha difamatória contra a visita de Estado do Presidente da República de Portugal à Guiné-Bissau?

A visita de Estado do Presidente da República de Portugal, à Guiné-Bissau, será uma visita que irá relançar novas Pontes de Cooperação entre os dois Países e Povos, irmanados por uma Secular História Comum!

Portugal pode passar a ter a Guiné-Bissau como a sua porta de entrada na África Ocidental e no Mercado da UEMOA; 

A Guiné-Bissau pode CONSOLIDAR TUDO o que durante muitos anos de Instabilidade Política e Governativa, poderia ter negociado com Portugal em nome de uma Nova Relação de Cooperação assente no Respeito Mútuo entre Países e Povos irmanados pela História!

Quem, enquanto Guineense, ou luso-guineense, senão imbuído de má-fé, e influenciado pela retórica negacionista e negativista do não reconhecimento do Presidente da República eleito da Guiné-Bissau, pode estar contra a visita de Estado do Presidente da República de Portugal à Guiné-Bissau?!

Ponhamos a Guiné-Bissau e os Guineenses (que nada têm e que precisam de tudo), em PRIMEIRO LUGAR, IRMÃOS!

Os meus agradecimentos ao Presidente da República da Guiné-Bissau, e ao Presidente da República de Portugal, pela Ponte  de Sustentação entre a Guiné-Bissau e Portugal; entre Guineenses e Portugueses, que servirá os Interesses de Ambos os Países e Povos!

A Guiné-Bissau precisa de Energias Positivas!

Positiva e construtivamente. 

Didinho 15.05.2021

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