LGDH - Liga Guineense dos Direitos Humanos
Serviço Nacional de saúde em ruina!
A saúde, como premissa básica do direito de cidadania de cada ser humano, reveste-se de extrema relevância para a sociedade, pois a ela diz respeito a qualidade de vida, escopo de todos os seres humanos, no exercício dos seus direitos.
As características comuns dos centros de saúde e estabelecimentos hospitalares da Guiné-Bissau são essencialmente a imagem de ruína das infraestruturas que os acolhem, o ambiente insalubre, sem instalações adequadas para acolher os pacientes, a insuficiência de infraestruturas sanitárias, a falta de ética e deontologia profissionais por parte de alguns dos técnicos, as exigências de pagamentos ilícitos pelo tratamento, entre outros.
O exemplo paradigmático desta triste evidência é o próprio Hospital Nacional Simão Mendes, aquele que é denominado como hospital de referência nacional, quando na realidade nada tem de referência, senão o reflexo da catástrofe que se vive no setor de saúde. Neste estabelecimento hospitalar, o quadro sanitário é muito preocupante, os serviços de pediatria e maternidade dispõem de instalações insuficientes para responder às necessidades materno-infantis, visto que além dos pacientes da capital, esta unidade sanitária acolhe os do interior para as patologias que reclamam intervenções mais especializadas e intensivas.
A greve geral em curso tem sido devastadora no sistema de saúde, sobretudo nos estabelecimentos hospitalares de Bissau.
A LGDH tem monitorada permanentemente a situação, caracterizada por :
- Farmácia Central do Hospital Nacional Simão Mendes foi adjudicada a uma entidade privada
- O Serviço de Cirurgias do HNSM proibiu os clínicos gerais efetuarem intervenções cirúrgicas, reservando-as apenas aos especialistas, que infelizmente são 3 para todos os serviços do hospital. Em consequência, a maior parte dos casos de urgências médicas são protelados, pondo em risco a vida dos cidadãos
- Cobranças ilegais no Serviço de Sangue
- A maioria das farmácias nos centros de saúde se encontram fechadas por causa da greve
- Centro de saúde de Cuntum foi pura e simplesmente fechado hoje com cadeados
- Incumprimento de serviços mínimos nos centros de saúde
- Os trabalhadores que não querem aderir à greve são impedidos de aceder as instalações dos centros de saúde por líderes sindicais.
- Há uma espécie de coação contra técnicos que não querem aderir à greve, perpetrada por líderes sindicais.
Este quadro negro necessita de uma resposta rápida e urgente do governo com vista a minimizar o sofrimento da população.
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