O presidente da Associação Juvenil para Proteção dos Direitos Humanos (AJPH) da Guiné-Bissau, Vladimir Gomes, disse hoje à Lusa que dez pessoas foram detidas pela polícia quando tentavam manifestar-se em Bissau
Amanifestação, convocada por duas organizações de estudantes, foi dispersa pela polícia e alguns dos jovens manifestantes foram detidos e encontram-se nas celas da 2.ª Esquadra de Bissau, indicou Vladimir Gomes.
Um jornalista foi detido, mas já se encontra em liberdade, adiantou Vladimir Gomes, sublinhando que dez jovens continuam presos.
“É mais uma cicatriz daquilo que tem sido a luta contra a covid-19 na Guiné-Bissau, o Estado toma medidas sem qualquer sustentabilidade”, referiu o líder da AJPHD, que não concorda com a suspensão de aulas durante 30 dias, decretada pelas autoridades.
A Guiné-Bissau está em estado de calamidade devido ao aumento de casos de infeção da covid-19 nos últimos dias.
Vladimir Gomes notou que a medida “não faz sentido” e que aquando da retoma das aulas, em outubro passado, após terem sido suspensas em março de 2020, havia mais casos de infeção ativos da covid-19 do que agora.
“A covid-19 não pode pôr em causa todos os direitos humanos. A atuação da polícia hoje é uma grave violação dos direitos humanos, um atentado à dignidade à pessoa humana, uma insensibilidade do Estado em relação à pessoa humana”, sublinhou.
De acordo com dados atualizados do Alto-Comissariado contra a covid-19, a Guiné-Bissau regista um total acumulado de 2.600 casos desde que foram detetadas as primeiras infeções pelo novo coronavírus no país, em março de 2020.
Atualmente o país tem 129 casos ativos, registou 45 mortes pela doença e está em estado de calamidade pública.
MB // VM
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