quarta-feira, 11 de março de 2020
Guiné-Bissau: Ministro da Defesa da Guiné diz que não "há caça às bruxas"
Bissau, 11 mar 2020 - O ministro da Defesa Nacional, general Sandji Fati, afirmou hoje que "não há caça às bruxas" na Guiné-Bissau e que a segurança passou a ser garantida pelos guineenses, depois do acantonamento da força internacional.
"Qualquer Governo, qualquer Estado tem obrigação e responsabilidade, é a sua função primária, de garantir a segurança e o bem-estar da população e nesse âmbito as forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau, enquanto país soberano, tem direito efetivamente a dar essa garantia e proteção", afirmou Sandji Fati à Lusa.
O general explicou que o mandato da Ecomib, força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) destacada no país desde 2012, está no fim, termina em 30 de março, e nesse sentido decidiu-se pelo acantonamento e desmontagem do dispositivo, que teve início terça-feira.
"Portanto, foi só isso que aconteceu e é normal que quando as pessoas não têm informação, que se entre em pânico e não nos cabe fazer outra coisa senão proteger essas individualidades e as instituições", afirmou.
O ministro da Defesa do Governo de Nuno Nabian disse que a Ecomib foi retirada da Presidência da República e do próprio presidente da Assembleia Nacional Popular, salientando que todos vão passar a ser protegidos pelas forças nacionais, incluindo ex-governantes.
"Vai ser-lhes garantida essa proteção e segurança, não há nenhum alarido a pensar que é caça às bruxas", afirmou.
"São as forças armadas e de segurança da Guiné-Bissau que estão a assumir a responsabilidade que lhes é conferida pela Constituição", salientou.
Questionado sobre a denuncia feita pelo primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, ao início do dia de hoje de que a sua residência privada estava "cercada de militares fortemente armados", sem o seu conhecimento, Sandji Fati disse que o aconteceu foi a mudança de segurança e "mais nada".
"O Presidente da República também já não tem forças da Ecomib, o presidente da ANP também não. É uma situação normal", salientou.
Nas declarações à Lusa, Sandji Fati disse também que haverá uma cerimónia para ser assinalado o fim da missão da Ecomib, em que será prestada honra ao estandarte da missão.
"É de se lhes tirar o chapéu porque não foi fácil, estamos a falar de um período muito conturbado em 2012, foram feitas várias eleições, desde 2014, estas últimas, e mantiveram aquela posição e revelaram profissionalismo", disse.
Por Lusa
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