Cabo Verde não tem capacidade para fazer o diagnóstico do coronavírus, admitiu hoje o director nacional da Saúde, Artur Correia, que adiantou que neste momento o País encontra-se “minimamente preparado para combater a propagação”. O vírus já fez 492 mortes e chegou a 28 países.
Artur Correia que falava hoje, na Cidade da Praia, durante uma conferência de imprensa sobre o ponto de situação e acompanhamento do surto coronavírus na China, adiantou que neste momento as condições já estão criadas para que as amostras sejam encaminhadas para o Instituto Pasteur, de Dakar, e o Instituto Ricardo Jorge, em Portugal, caso houver algum caso suspeito.
“Nós não temos no País capacidade de diagnosticar assim como vários países não tem, temos os laboratórios indicamos pela Organização Mundial da Saúde para nos ajudar a fazer face, ao mesmo tempos estamos a aproveitar essa oportunidade para criar resiliência nesses aspecto, assim como não estávamos preparados para diagnosticar a dengue”, disse frisando que o país está a cumprir todas as recomendações da OMS
Segundo este responsável, das 20 pessoas provenientes da China “nenhum apresenta sintomas suspeitos”, e que caso houver algum caso será necessário tomar um conjunto de medidas, sendo que a equipa técnica de intervenção rápida está a analisar diferentes cenários.
“Estamos a falar da gestão de risco de preparação para a epidemia, quando a gente diz que estamos na fase de preparação para a resposta todas as recomendações internacionais da OMS e a nossa experiência estão a ser cumpridas, estamos a fazer tudo para que de certo e que o país juntamente como todos estejamos preparados sendo que o vírus não respeita ninguém e já chegou há vários países que tem iminentes especialistas em várias matérias”, referiu
Artur Correia assegurou que a prevenção tem de ser preparada nessa perspectiva de movimentação e da aldeia global que é Cabo Verde, e que o país tem de estar “minimamente preparado” para responder.
Adiantou que neste momento Cabo Verde está “em estado de emergência” e todos os serviços da rede pública de saúde estão em alerta, com equipa técnica de intervenção rápida com normas técnicas, e estão “conectados e sintonizados” com os aeroportos na Praia, Sal, São Vicente e Boa Vista.
Por outro lado, disse que já foram tomadas medidas no sentido de dotar todas as estruturas de saúde com equipamentos e materiais necessários para os próximos seis meses.
“Accionamos e já está em funcionamento uma linha telefónica nacional única em parceria com a protecção civil, 8001112 para apoiar nessa primeira fase a todos os que regressaram da China, quer estudantes quer chineses”, sublinhou, frisando que o serviço será prestado também nas delegacias de Saúde, diariamente, em cada conselho.
O Governo tem tido contacto permanente com a embaixada cabo-verdiana na China para informar quais e quantas pessoas que vão regressar ao arquipélago, excepto aqueles que se encontram na cidade Wuhan, o epicentro da epidemia, declarou a mesma fonte.
Na ocasião, Artur Correia apelou aos estudantes, chineses e familiares que regressaram para “cumprirem rigorosamente” as recomendações das autoridades sanitárias e a respeitarem as normas de protecção e de restrição social a nível domiciliária.
Segundo o director nacional de Saúde, das 28 pessoas que vão regressar a Cabo Verde, 20 já se encontram no País, nomeadamente em São Vicente, Santa Catarina, Santo Antão e Sal, e brevemente irá chegar mais quatro estudantes que se encontram em gozo de férias em países vizinho da China.
O número de mortos provocados pelo novo coronavírus (2019-nCoV) subiu hoje para 492, com 64 mortes registadas na China nas últimas 24 horas, anunciaram as autoridades de saúde de Pequim.
Segundo a agência Associated Press, o número total de pessoas infectadas com o novo coronavírus, detectado em Dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei (centro do país), colocada, entretanto, sob quarentena, aumentou para 24.324.
Fonte: Inforpress
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