sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O kriol é o principal instrumento de comunicação entre os Guineenses e foi o instrumento que uniu os Guineenses para a conquista da independência nacional

Por Fernando Casimiro

Recentemente escrevi que, uma eleição presidencial, não é nenhum exame académico.

Entre o essencial que deve definir e caracterizar a personalidade de um candidato à Presidência da República e os acessórios que são considerados como estando acima do essencial dessa definição e caracterização, continuamos, infelizmente, enquanto Guineenses, fiéis aos nossos complexos, quer de superioridade, quer de inferioridade.

Entre a oratória e a retórica, de 2 candidatos à segunda volta da eleição presidencial de 29 de Dezembro, importa a Comunicação, a transmissão dos ideais que sustentam suas candidaturas e não propriamente em que língua, em que formato, a oratória e a retórica são usadas para chegar ao Povo Eleitor, sobretudo.

Qualquer que seja a língua utilizada, enquadrada/contextualizada, entre o estatuto oficial, e, ou nacional, a iniciativa não deve ser vista como sinal de impreparação, ou melhor preparação, tendo em conta a opção de cada um dos candidatos.

Temos e continuaremos a ter, por razões várias, a língua portuguesa como língua oficial da Guiné-Bissau e o kriol como língua nacional, que ainda que carecendo do estatuto de língua oficial, é a Língua que suporta a Soberania (Identitária) Nacional.

Houvesse interesse dos sucessivos políticos e governos, há muito que o kriol deveria fazer o seu percurso de evolução e sustentação linguística, numa perspectiva científica, obviamente, para se afirmar, a par da língua portuguesa, como nossa língua oficial!

Amilcar Cabral reconheceu sempre o valor da língua portuguesa, contudo, nunca desmereceu o kriol.

O kriol é o principal instrumento de comunicação entre os Guineenses e foi o instrumento que uniu os Guineenses para a conquista da independência nacional.

Amilcar Cabral soube sempre valorizar quer a língua portuguesa, quer o kriol, usando ambas em função dos contextos que suportavam as suas comunicações.

Foquemo-nos no essencial e não no acessório, enquanto Irmãos Guineenses!

Essencial que se traduz no Resgate da Unidade e da Soberania, Nacionais; da Liberdade e Dignidade do nosso Povo e na Projecção e Promoção do Desenvolvimento Sustentável para a Guiné-Bissau, capaz de garantir melhores condições de vida aos Guineenses!

Positiva e construtivamente, vamos continuar a trabalhar!

Didinho 27.12.2019

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