Caros cidadãs e cidadãos da CEDEAO,
Neste dia de comemoração do 43ª aniversário da CEDEAO, gostaria antes de prestar uma vibrante homenagem aos pais fundadores e àqueles que retomaram a tocha de seguida, no caminho que a sua visão e a sua determinação permitiram que a nossa Região percorresse. Esses pioneiros, que foram não só visionários, mas também militantes, merecem de igual modo a nossa profunda gratidão porque, graças a eles, podemos, hoje, tirar proveito dos nossos acervos e encarar o futuro com confiança.
Ao dizer isso, penso evidentemente no facto de que, apesar dos choques ligados à queda dos preços das matérias-primas e às crises que a economia mundial conheceu, o nosso espaço comunitário regista taxas de crescimento aceitáveis, que ultrapassam 7% em certos Estados-membros.
Penso igualmente aos avanços reais que realizamos, de entre os quais, me apraz citar:
• um maior enraizamento da cultura democrática na nossa Região, acompanhado de uma eficácia acrescida na prevenção e na resolução de conflitos e crises, graças nomeadamente a um sistema eficiente de alerta precoce;
• a consolidação do espaço sem fronteiras pela implementação de um roteiro e de um mecanismo regional de monitorização, com vista a eliminar todos os obstáculos à livre circulação de pessoas e bens;
• a existência de uma Tarifa Externa Comum;
• a criação da rádio CEDEAO na Libéria;
• a introdução do bilhete de identidade biométrico;
• a adoção e a implementação de políticas nos setores tão essenciais como a agricultura, a energia, a água e a saúde, sem se esquecer da educação, da ciência e das tecnologias;
• a implemenação de um programa de industrialização da nossa Região, colocando a tónica no promoção da qualidade;
• a existência de um consenso para privilegiar a dimensão regional nas nossas relações com todos os países e todos os parceiros de desenvolvimento.
Esses acervos, de que nos podemos orgulhar, só foram conseguidos graças à nossa determinação em ir para uma integração cada vez mais aprofundada. Contudo, devo acrescentar que nem por isso nos devem levar a nos esquecer de que ainda nos restam muitos desafios a vencer. Devemos, em particular, reforçar a nossa luta comum contra o terrorismo e permanecer mobilizados, na solidariedade, contra o aquecimento global e os seus efeitos catastróficos, nomeadamente no nosso setor agricola e no nosso ambiente. De igual modo, devemos prosseguir com a nossa caminhada resoluta rumo à criação de uma moeda única.
Na verdade, ao comemorarmos o 43º aniversário da nossa Comunidade, devemos ter presente que a nossa ambição é fazer resultar a CEDEAO dos Povos, de modo a tornar irreversíveis os nossos acervos de hoje e os nossos futuros progressos. Deste modo é que realizaremos o desenvolvimento harmonioso das nossas populações, em paz e segurança, razões da existência da nossa Comunidade.
A este propósito, é claro que se os Governos tiverem a responsabilidade de desencadear e dirigir esse combate, só poderá ser ganho se for uma questão que respeita a todas as componentes da sociedade. Todos os cidadãos devem ser colocados em condições de poderem participar nesse combate. Trata-se nomeadamente do caso das mulheres e dos jovens. Nessa convição é que criamos o Centro da CEDEAO para o Desenvolvimento do Género e o Centro de Desenvolvimento Juvenil e Desportivo. Ao falar das mulheres, cumpre-me reafirmar a nossa firme vontade de prosseguirmos com os esforços favoráveis às políticas consequentes do género nos Estados-membros, visando nomeadamente assegurar o empoderamento das mulheres e o seu maior acesso aos centros de tomada de decisões políticas, económicas, sociais e culturais. Quanto aos jovens, a luta contra o seu desemprego permanecerá no centro das nossas prioridades, atraindo uma atenção particular para as iniciativas favoráveis à sua empregabilidade.
Em suma, comemorar o 43ª aniversario da CEDEAO não é apenas reafirmar a nossa fé naquilo que úne os povos da nossa Região. Mas também é renovar o nosso compromisso a lhe permanecermos fiéis, trabalhando afincadamente no cumprimento da agenda regional e reforçando essa bela solidariedade que nos permitiu pôr fim à epidemia do Ébola, à guerra civil na Libéria e às crise políticas cujas mais recentes são as da Gâmbia, da Guiné-Bissau e da Serra Leoa.
Ao dedicar-me pela primeira vez à tradição de proferir uma mensagem nesta oportunidade, gostaria de louvar a sabedoria e o empenhamento dos Chefes de Estado e de Governo no empreendimento da integração. Ao apresentar-lhes os meus cinceros agradecimentos, presto-lhes homenagem por terem feito da CEDEAO, pela fidelidade aos seus antecessores, uma Comunidade económica apontada como exemplo em todo o mundo.
Apresento de igual modo os meus agradecimentos ao conjunto dos atores públicos e privados do nosso espaço comunitário, pela sua fé na integração regional, sem me esquecer dos nossos parceiros de desenvolvimento, pelo apoio que nos concedem no âmbito dos nossos programas.
Por último, felicitando os membros do pessoal das Instituições da CEDEAO pelo seu grande contributo para os nossos progressos na senda da integração, incentivo-os a permanecer mais do que nunca mobilizados ao serviço desta nobre causa.
Jean-Claude Kassi Brou
Presidente da Comissão da CEDEAO
29/05/2018
ecowas.int
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