domingo, 23 de novembro de 2025

Primeiro-Ministro, Braima Camará vota no círculo 24 em Bissau.

Exerci há momentos o meu dever cívico, votando no meu círculo eleitoral, em frente à sede da UDIB. Este acto, simples na sua forma mas profundamente simbólico no seu significado, representa para mim a força de um país que procura, permanentemente, afirmar a sua soberania, fortalecer as suas instituições e garantir o bem-estar do seu povo.

Ao votar, reafirmo que este gesto é muito mais do que um procedimento eleitoral. O voto é a expressão mais pura da vontade popular, é o instrumento através do qual cada cidadão transforma a sua voz em poder democrático, escolhendo os seus dirigentes e definindo o rumo que deseja para o futuro da nossa Guiné-Bissau.
Para mim, votar é também uma responsabilidade histórica. Cada cidadão que exerce este direito participa directamente na construção do país. Não se trata apenas de escolher candidatos; trata-se de afirmar valores fundamentais — justiça, paz, progresso, estabilidade e dignidade nacional. O voto é, por isso, um compromisso com as gerações que herdarão de nós o sonho de uma Guiné-Bissau próspera, unida e livre das divisões que durante décadas travaram o nosso desenvolvimento.

Acredito firmemente que é através do voto que o nosso povo fiscaliza, escolhe e renova a liderança do Estado. Votar é assumir um compromisso com o futuro da Guiné-Bissau — um país que precisa, hoje mais do que nunca, de cidadãos conscientes, responsáveis e dedicados ao bem comum.

Concluo reafirmando que o meu compromisso, seguindo fielmente a visão do Presidente Úmaro Sissoco Embaló, é trabalhar por uma Guiné-Bissau estável, justa, moderna e respeitada. E tudo começa quando cada um de nós deposita o seu voto na urna. Cada voto é um tijolo na construção da nossa nação.


O Presidente da República da Guiné-Bissau, General Umaro Sissoco Embaló exerceu o seu direto de voto em Gabú.

🇬🇼 Exercício de cidadania e compromisso democrático
O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, exerceu o seu direito cívico ao votar na cidade de Gabú, sublinhando que a democracia se fortalece quando todos os cidadãos assumem, de forma consciente e responsável, o dever de participar nas eleições.

Este gesto simboliza o respeito pelas instituições e reforça a importância da participação activa de cada cidadão na construção de um futuro democrático sólido para a Guiné-Bissau.


NASA partilha imagens inéditas do cometa 3I/ATLAS. Veja... A NASA divulgou novas imagens do cometa 3I/ATLAS, o terceiro objeto interestelar conhecido a atravessar o nosso sistema solar. As imagens foram captadas por várias naves entre o final de setembro e meados de outubro.

© NASA/Goddard/SwRI/JHU-APL   Notícias ao Minuto  23/11/2025

A NASA divulgou, na quarta-feira, novas imagens do cometa 3I/ATLAS, o terceiro objeto interestelar conhecido a atravessar o nosso sistema de solar. Para captar as imagens inéditas, foram necessários vários recursos diferentes, incluindo instrumentos de heliofísica, ciência planetária e astrofísica. 

"Este objeto é um cometa… Mas este veio de fora do sistema solar, o que o torna fascinante", disse Amit Shethria, administrador associado da NASA. 

As imagens foram captadas por várias naves entre o final de setembro e meados de outubro, mas a paralisação do governo dos Estados Unidos atrasou a sua divulgação.

As missões da NASA responsáveis ​​pelas novas fotos incluem os satélites PUNCH, que observam o Sol, o Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), a missão MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution) e o rover Perseverance, na superfície de Marte, destacou a NBC News.

Na maioria das imagens, o cometa surge apenas como um ponto iluminado, mas noutras é possível ver a sua cauda como uma mancha ténue e alongada

"Podemos fotografar grãos individuais [de areia] em Marte porque temos naves espaciais em Marte", explicou Tom Statler, cientista-chefe de Pequenos Corpos do Sistema Solar na Divisão de Ciências Planetárias. "Mas mesmo com a nossa nave espacial mais próxima do 3I/ATLAS, ainda estamos a 30 milhões de quilómetros de distância."

Sublinhe-se que o cometa interestelar foi avistado pela primeira vez em julho, pelo telescópio ATLAS, no Chile. Os astrónomos supõem que o cometa tenha até 20 quilómetros de largura e viaje a cerca de 60 quilómetros por segundo em relação ao Sol.

O cometa 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar conhecido a atravessar o nosso sistema de solar, depois de 1I/Oumuamua, em 2017, e 2I/Borisov, em 2019.

De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), o 3I/ATLAS não representa qualquer perigo para a Terra, da qual distará no máximo 240 milhões de quilómetros, mais de 1,5 vezes a distância que separa o planeta do Sol.

Quando o cometa atingir o seu ponto mais próximo da Terra, a 19 de dezembro, estará escondido atrás do Sol, esperando-se que reapareça no início de dezembro para propiciar aos astrónomos uma nova janela de oportunidade para o estudarem.

Sendo o 3I/ATLAS um cometa ativo, se aquecer o suficiente à medida que se aproxima do Sol poderá começar a sublimar, um processo em que os gases congelados se transformam em vapor, transportando poeiras e partículas de gelo para o espaço que formam uma coma e uma cauda brilhantes.

Ao contrário dos planetas, luas e asteroides do Sistema Solar, que partilham a mesma origem, objetos interestelares como o cometa 3I/ATLAS "são remanescentes de outros sistemas planetários" que carregam pistas sobre a formação de mundos muito para lá da Terra.


Leia Também:  Imagens do cometa 3I/ATLAS revelam dados sobre outros sistemas solares

As imagens do cometa interestelar 3I/ATLAS revelam dados sobre outros sistemas solares, noticiou na sexta-feira a agência de notícias EFE.


Ucrânia ataca estratégica central elétrica moscovita de Shatura... As autoridades russas confirmaram um ataque aéreo ucraniano, ocorrido hoje de madrugada, contra a central elétrica de Shatura, na região de Moscovo, um dos pontos de abastecimento mais importantes da zona.

Por  LUSA 23/11/2025

O governador da região de Moscovo, Andrei Vorobiov, adiantou que, num bombardeamento que não causou vítimas e cujo impacto está ainda a ser avaliado, ocorreu um incêndio na estação elétrica, já controlado, bem como cortes generalizados no aquecimento que estão a ser reparados.

Vorobiov referiu que vai realizar-se, ainda de manhã, uma reunião "com todos os serviços, incluindo o Ministério para Situações de Emergência, para determinar os próximos passos para restabelecer a infraestrutura", informou no seu canal de Telegram.

O governador da região de Moscovo insistiu que o ataque não interrompeu em momento algum o fornecimento geral de eletricidade, nem afetou a maior parte dos equipamentos elétricos, embora tenha sido necessário acionar a rede de emergência para manter o abastecimento.

Vorobiov acrescentou que não tem registo de impactos diretos de drones explosivos e que os danos terão sido provocados sobretudo pelos destroços destes aparelhos, previamente abatidos.

A central é uma das mais importantes da região, fornecendo eletricidade aos mais de 30 mil habitantes da cidade de Shatura e às localidades vizinhas.

A infraestrutura é considerada, em termos gerais, um nó crucial do sistema elétrico da região central da Federação Russa.


Leia Também: Ucrânia: Plano de Trump é "lista de desejos" e "catástrofe"? Que se sabe

O plano de Donald Trump para terminar com a guerra na Ucrânia tem feito correr muito tinta, uma vez que há quem considere que este plano não passa de uma "lista de desejos" da Rússia. Por seu turno, altos funcionários norte-americanos, europeus e ucranianos reúnem-se hoje para o discutir, uma vez que Trump já pôs um limite para uma resposta.



Guiné-Bissau: Mais de 966 mil eleitores são chamados hoje às urnas para escolher o novo Presidente da República da Guiné-Bissau e os 102 deputados da Assembleia Nacional Popular.

Com Lusa  23/11/2025

As eleições deste domingo são as quartas gerais realizadas no país africano e as primeiras em que o histórico partido PAIGC fica de fora da corrida eleitoral.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, concorre a um segundo mandato e é um dos 12 candidatos às presidenciais, em que o independente Fernando Dias se destacou na campanha eleitoral depois de receber o apoio do PAIGC e do líder Domingos Simões Pereira, também excluído pelo Supremo e até então considerado o principal adversário de Embaló.

A corrida à Presidência da República centralizou a campanha eleitoral, deixando para segundo plano as legislativas que vão ditar a composição do parlamento encerrado há dois anos, desde que o Presidente dissolveu a maioria PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde).

Nenhuma das anteriores forças partidárias concorre às eleições legislativas deste domingo, que têm 14 candidaturas e uma nova coligação, a Plataforma Republicana que reúne 16 partidos no apoio ao segundo mandato de Umaro Sissoco Embaló.

A comunidade internacional, como a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), está no terreno a fazer observação do processo eleitoral na Guiné-Bissau.

Para estas eleições estão inscritos 966.152 eleitores, um número superior em mais de 42 mil em relação às legislativas de 2023.

No chamado círculo Europa, que engloba alguns países deste continente, entre os quais Portugal, vão poder votar 26.420 eleitores, dos quais 13.764 no território português enquanto no círculo África estão inscritos 25.304 cidadãos guineenses.

A votação no território guineense, em África (Cabo Verde, Guiné-Conacri, Gâmbia, Mauritânia e Senegal) e na Europa (Portugal, Espanha, Itália França, Inglaterra, Alemanha e Benelux) vai decorrer em 3.728 assembleias de voto, que representam 2.118 distritos eleitorais.

De acordo com a legislação eleitoral da Guiné-Bissau, as assembleias de voto abrem às 07:00 horas da manhã, mesma hora em Lisboa, e encerram às 17:00 horas, começando de imediato o processo de apuramento no local dos resultados da votação.

sábado, 22 de novembro de 2025

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) veio a público desmentir declarações consideradas “infundadas” e uma “tentativa de manipular a opinião pública”, atribuídas a um dos candidatos às eleições presidenciais da Guiné-Bissau. As declarações foram feitas numa rádio privada em Bissau e sugeriam que o candidato teria obtido a maioria dos votos das Forças de Defesa e de Segurança durante o processo de votação antecipada.

 Radio Voz Do Povo  novembro 22, 2025

CNE desmente afirmações de candidato sobre votos antecipados das Forças de Defesa e Segurança

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) veio a público desmentir declarações consideradas “infundadas” e uma “tentativa de manipular a opinião pública”, atribuídas a um dos candidatos às eleições presidenciais da Guiné-Bissau. As declarações foram feitas numa rádio privada em Bissau e sugeriam que o candidato teria obtido a maioria dos votos das Forças de Defesa e de Segurança durante o processo de votação antecipada.

Em comunicado, a CNE lamenta e condena o que descreve como uma afirmação “ingénua” e feita sem considerar as suas possíveis consequências, especialmente entre os cidadãos menos informados. A instituição sublinha que o processo de votação antecipada está rigorosamente definido na Lei n.º 10/2013, de 25 de setembro, nomeadamente nos artigos 52.º e 53.º.

Para esclarecer a situação, a CNE recorda que, segundo o artigo 53.º da referida lei, o presidente da mesa de voto entrega ao eleitor um boletim de voto e dois envelopes — um branco e um azul. O boletim de voto é colocado dentro do envelope branco, que por sua vez é introduzido no envelope azul, juntamente com o documento comprovativo do exercício do voto antecipado.

A entidade eleitoral explica ainda que os envelopes lacrados são posteriormente remetidos para a mesa onde o eleitor está registado para votar. Só nessa mesa é que o envelope azul é aberto e o boletim de voto antecipado é contabilizado, garantindo total confidencialidade e impossibilidade de qualquer resultado parcial ser conhecido antecipadamente.

A CNE reafirma, no mesmo comunicado, o seu “total empenho e determinação” para assegurar que o processo eleitoral marcado para 23 de novembro decorra com transparência e sucesso.

Decorre neste momento a distribuição das matérias a assembleias de voto nos diferentes círculos eleitorais. O presidente da CRE-SAB, Abubacar Sídico Sambu, destaca que os preparativos seguem com normalidade.

 

 Radio Voz Do Povo

Merz apela à responsabilidade do G20 para pôr fim à guerra na Ucrânia... O chanceler alemão, Friedrich Merz, apelou hoje à responsabilidade de todos os membros do G20 para que a Rússia ponha fim à sua guerra na Ucrânia.

© Lusa   22/11/2025 

"A Rússia desencadeou uma guerra ilegal contra a Ucrânia. A Rússia deve pôr fim ao terrível sofrimento e travar as repercussões na economia mundial. Todos os membros do G20 devem assumir a sua responsabilidade, não apenas por interesse económico", salientou Merz, no plenário dos 20 países mais industrializados e emergentes. 

No seu discurso, o chanceler alemão não se referiu ao plano de 28 pontos do Presidente norte-americano, Donald Trump, que prevê amplas concessões da Ucrânia à Rússia, mas lembrou aos seus homólogos do G20 que este formato, no qual se sentam alguns aliados próximos do Kremlin, como a China, tem responsabilidades, pois foi criado numa "fase de crise" e provou ser eficaz.

O apoio do G20 à Ucrânia ficou refletido na declaração final da cimeira, que reafirma que a Carta das Nações Unidas "continua a ser o ponto de orientação central para analisar e abordar disputas, evitar o uso da força e comprometer-nos com a resolução pacífica de conflitos".

A declaração identifica "quatro dos conflitos mais graves do mundo: a República Democrática do Congo, o Sudão, a Ucrânia e a Palestina".

A cimeira do G20 está a ser marcada pelo plano dos Estados Unidos para pôr fim à guerra na Ucrânia e que Washington elaborou sem a participação daquele país nem da União Europeia.

À margem do encontro em Joanesburgo, Merz reuniu-se com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, para discutir a resposta europeia ao plano de paz americano.

"Amigos, parceiros e aliados unidos no apoio à Ucrânia", escreveu na rede social X o chanceler alemão, tendo como pano de fundo uma fotografia da reunião dos três na África do Sul.

Merz e os líderes da Finlândia, França, Espanha, Canadá, Reino Unido, Itália, Irlanda, Japão, Países Baixos e Noruega, bem como os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, assinaram uma declaração conjunta na qual afirmam que o plano de paz dos EUA "requer trabalho adicional".

Defenderam ainda o "princípio claro de que as fronteiras não devem ser alteradas pela força" e que reduzir o tamanho do exército ucraniano "deixaria o país vulnerável a futuros ataques".


Leia Também: Declaração do G20 apela a paz "duradoura" em vários países em guerra

Os líderes do G20, reunidos numa cimeira em Joanesburgo, apelaram a uma paz "justa" e "duradoura" na Ucrânia, assim como no Sudão, na República Democrática do Congo e nos "territórios palestinianos ocupados", numa declaração conjunta tornada hoje publica.


O Presidente da República recebeu, no âmbito dos preparativos das eleições gerais, o Chefe da Missão dos Observadores Eleitorais da União Africana, Senhor Filipe Jacinto Nyusi, antigo Presidente da República de Moçambique, bem como o ex-Presidente da República Federal da Nigéria, Goodluck Jonathan.

Durante os encontros, foram abordados temas relacionados com o acompanhamento do processo eleitoral, a importância da transparência e o papel das missões de observação na consolidação da democracia. As duas personalidades manifestaram total disponibilidade para colaborar, garantindo que o processo eleitoral decorra de forma pacífica, inclusiva e credível.

O Presidente da República sublinhou o compromisso do país com a realização de eleições livres e justas, destacando a relevância do apoio das organizações regionais e internacionais neste momento decisivo.

@Radio Voz Do Povo



Presidência da República da Guiné-Bissau

Rússia ataca norte, sul e leste e atinge sete locais da Ucrânia... A Rússia atacou na sexta-feira à noite o norte, sul e leste da Ucrânia com um míssil balístico e 104 drones de ataque, que atingiram sete locais, informou a Força Aérea ucraniana no seu boletim diário.

Por LUSA 

As forças russas lançaram um Iskander-M da península ocupada da Crimeia e drones do tipo Shahed e Gerbera, além de outros tipos, de várias regiões russas e das ocupadas Crimeia e Donetsk.

Um total de 65 drones eram Shahed de tecnologia iraniana.

As defesas aéreas conseguiram abater 89 drones inimigos do tipo Shahed e Gerbera, bem como outros tipos, no norte, sul e leste do país.

No entanto, 13 impactos de drones de ataque foram registados em seis locais, bem como um míssil balístico num local, admitiu a Força Aérea.


Leia Também: Kyiv tem até quinta-feira. Eis o plano de paz de Trump (ponto por ponto)

Donald Trump apresentou um plano para acabar com a guerra na Ucrânia, que Zelensky já disse que não irá aceitar, pelo menos na sua totalidade. Ponto por ponto, o que estabelece o acordo de paz?


Violência doméstica: Mais mulheres imigrantes acompanhadas no último ano... No último ano, houve mais mulheres imigrantes vítimas de violência doméstica acompanhadas no Gabinete de Informação e Atendimento à Vítima (GIAV) instalado no Campus de Justiça de Lisboa, revelou a coordenadora do espaço.

© ShutterStock   Lusa   22/11/2025 

"Temos tido mais vítimas imigrantes em comparação com os últimos anos", adiantou, em entrevista à Lusa a propósito do 14.º aniversário do GIAV, Iris Almeida, atribuindo a maior frequência de atendimentos ao crescimento da imigração em Portugal, a denúncias de terceiros e à consciência que estas mulheres têm ganho de que a violência doméstica é crime. 

"Temos vítimas que são elas próprias que se apercebem que no nosso país é crime, ou porque têm filhos na escola ou porque começam a sair de casa e começam a perceber... Estamos a falar de vítimas que muitas vezes não trabalham, ou seja, dependem financeiramente dos seus maridos", acrescentou.

Esta dependência dos agressores, associada ao facto de ocasionalmente não terem documentos, implica que por vezes, na fase inicial, do processo acabem "por recusar prestar declarações".

Para a psicóloga, a nova realidade constitui um desafio para o GIAV e para "todo o sistema", por, "muitas vezes", estas mulheres serem originárias "de países onde é normal o exercício de violência entre homem e mulher", "por vezes" não terem suporte familiar ou de amigos e não falarem bem português.

"Muitas vezes o que acontece é que o tribunal, o próprio Ministério Público recorre a intérpretes da nacionalidade daquelas vítimas, mas depois acabamos por ter ali um terceiro elemento que acaba por quebrar, por vezes, a relação", frisou Iris Almeida.

Inaugurado em 18 de novembro de 2011, o GIAV nasceu de um protocolo entre o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e a Egas Moniz School of Health and Science, em Almada, e garante o acompanhamento das vítimas por psicólogas ao longo de todo o processo penal.

Em 14 anos, estas profissionais realizaram 3.512 acompanhamentos de vítimas em sede de declarações para memória futura, 158 em sede de inquirição pelo Ministério Público e 86 em audiências de julgamento, bem como 577 atendimentos.

Por funcionar no Campus de Justiça de Lisboa, onde estão instalados vários tribunais, o GIAV alargou também a sua atuação a arguidos menores, de 16 e 17 anos, tendo realizado neste âmbito 90 acompanhamentos.

O espaço funciona no edifício E do Campus de Justiça de Lisboa, onde, desde 2020, está também instalada uma esquadra da PSP, onde as vítimas de violência doméstica podem apresentar diretamente queixa.

A área de atuação do GIAV, que já atendeu vítimas entre os cinco e os 100 anos, é a área metropolitana de Lisboa.

IB // ZO  Lusa/fim

Número de crianças raptadas em ataque a escola na Nigéria sobe para mais de 300

Por CNN 

Rapto na comunidade remota de Papiri, no estado de Níger, ocorreu quatro dias depois de 25 alunos terem sido sequestrados em circunstâncias semelhantes na cidade de Maga, no vizinho estado de Kebbi

Pelo menos 303 alunos e 12 professores foram raptados por homens armados durante um ataque à St. Mary’s School, uma instituição católica situada no estado de Níger, no centro-norte da Nigéria, informou hoje fonte oficial.

A atualização foi feita pela Associação Cristã da Nigéria (CAN), pois o número anterior dava conta de um total de 215 alunos e professores raptados.

Segundo as agências noticiosas Associated Press (AP) e France-Presse (AFP), o número foi revisto “após um exercício de verificação e a realização de um censo final”, indica um comunicado divulgado pelo arcebispo Bulus Dauwa Yohanna, presidente da secção estadual da CAN, que visitou na sexta-feira a escola.

O rapto na comunidade remota de Papiri, no estado de Níger, ocorreu quatro dias depois de 25 alunos terem sido sequestrados em circunstâncias semelhantes na cidade de Maga, no vizinho estado de Kebbi, a 170 quilómetros de distância.

Nenhum grupo reivindicou até agora a autoria dos raptos e as autoridades disseram ter destacado equipas táticas, juntamente com caçadores locais, para resgatar as crianças.

“Isto é muito lamentável. Os terroristas estão a perpetrar uma nova onda de sequestros e não podemos ceder”, declarou o presidente nacional da CAN, Joseph Hayab, à agência noticiosa espanhola EFE.

Os números representam quase metade do total de alunos da escola (629 estudantes inscritos).

As autoridades dos estados vizinhos de Katsina e Plateau ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos de ensino como medida de precaução.

O Governo do estado de Níger também encerrou numerosas escolas, e o Presidente nigeriano, Bola Tinubu, cancelou os seus compromissos internacionais, incluindo a participação na cimeira do G20 em Joanesburgo (África do Sul), para gerir a crise.

O rapto dos alunos da St. Mary’s School ocorre na sequência de um ataque armado perpetrado na segunda-feira contra uma escola secundária no vizinho estado de Kebbi, no noroeste, em que 25 jovens raparigas foram sequestradas.

Estes dois raptos em massa e o ataque a uma igreja no oeste do país, que provocou duas mortes, aconteceram depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado uma intervenção militar na Nigéria devido ao que classificou como massacres de cristãos por islamistas radicais.

A Nigéria continua marcada pelo rapto de quase 300 jovens raparigas pelos jihadistas do Boko Haram em Chibok, no estado de Borno (nordeste), há mais de dez anos. Algumas continuam desaparecidas.