quinta-feira, 30 de outubro de 2025

OMS denuncia morte de mais de 460 pessoas em ataque a hospital no Sudão... A Rede de Médicos do Sudão, um grupo médico que monitoriza a guerra, afirmou que os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa), na terça-feira, "mataram a sangue frio todos que encontraram dentro do Hospital Saudita, incluindo pacientes, os seus acompanhantes e qualquer outra pessoa presente nas enfermarias".

Por  SIC Notícias  Com Lusa  

A Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou, nesta quarta-feira, a morte de mais de 460 pessoas num ataque a um hospital em Al-Fashir, cidade no Sudão tomada pelos paramilitares, e pediu um cessar-fogo.

A OMS "está consternada e profundamente chocada com as notícias do trágico assassínio de mais de 460 pacientes e acompanhantes no Hospital Maternidade Saudita em Al-Fashir, Sudão, após ataques recentes e sequestro de profissionais de saúde", declarou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, num comunicado no qual se exige um cessar-fogo.

"Todos os ataques contra instalações de saúde devem cessar imediata e incondicionalmente. Todos os pacientes, profissionais de saúde e instalações de saúde devem ser protegidos pelo direito internacional humanitário", exigiu Tedros Ghebreyesus.

A Rede de Médicos do Sudão, um grupo médico que monitoriza a guerra, afirmou que os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa), na terça-feira, "mataram a sangue frio todos que encontraram dentro do Hospital Saudita, incluindo pacientes, os seus acompanhantes e qualquer outra pessoa presente nas enfermarias".

Na segunda-feira, após as RSF terem anunciado a captura da cidade estratégica de Al-Fashir, a ONU denunciou que as forças paramilitares estavam a cometer execuções sumárias de civis que tentavam fugir da cidade.

O Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos observou que muitas dessas execuções e ataques poderiam ter motivação étnica.

"Exigimos que todos aqueles que cometeram erros prestem contas"

O líder dos paramilitares sudaneses, general Mohamed Daglo, reconheceu, na quarta-feira, uma "catástrofe" em Al-Fashir, onde também se multiplicam as informações sobre violações em massa.

"Habitantes de Al-Fashir, lamentamos a catástrofe que vos aconteceu (...) mas a guerra foi-nos imposta", declarou Dgalo num discurso transmitido no seu canal Telegram, acrescentando:

"Exigimos que todos aqueles que cometeram erros prestem contas".

Dgalo afirmou, sem entrar em detalhes, que "comissões de inquérito" chegaram ao local.

Especialistas temem regresso dos massacres que assolaram Darfur

Especialistas temem uma nova partição do Sudão e o regresso dos massacres que assolaram Darfur na década de 2000 entre o Governo e as milícias.

A guerra civil no Sudão, iniciada em abril de 2023, causou dezenas de milhares de mortes, obrigou mais de 13 milhões de pessoas a fugirem das suas casas e transformou o país no cenário da pior crise humanitária do mundo, e metade da população enfrenta uma grave insegurança alimentar, segundo a ONU.

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