Por Sicnoticias
Dezenas de pessoas têm passado dias e noites à porta da Conservatória dos Registos Centrais, em Lisboa, para pedirem a nacionalidade. A corrida às senhas tem aumentado, sobretudo desde que o Governo anunciou mudanças na lei da nacionalidade. A SIC testemunhou a presença de bebés durante todo o dia e de colchões junto à Conservatória dos Registos Centrais, em Lisboa.
Tem apenas um mês e meio e já passou horas a fio à espera que a mãe seja atendida. A mãe de Luana é cabo-verdiana. Vive e trabalha em Portugal há cinco anos. Depois de horas no Barreiro, veio tentar a conservatória em Lisboa. Quer pedir a nacionalidade portuguesa a que tem direito. Pela frente tem mais uma noite ao relento.
São tantos que até fizeram uma lista. Uma tentativa de controlar a desordem que se tem criado à porta dos registos centrais num bairro ao lado do Parque Eduardo VII.
À porta da conservatória, colchões e comida para garantir uma das cerca de 25 senhas que dizem que estão a ser dadas todos os dias.
A Associação de Moradores reportou o caso à PSP e ao Governo. A polícia reforçou as patrulhas.
Parte do problema está a dever-se à desinformação relativa à mudança na lei.
Antes das regras propostas pelo Governo os pedidos de nacionalidade já estavam com atraso. No ano passado, havia cerca de 420 mil processos pendentes. Este ano, e ainda vamos a meio, já são 700 mil.
A proposta que ainda tem de ser votada no Parlamento é que os imigrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa passem a ter de residir legalmente sete anos em vez de cinco. E que todos os outros esperem uma década para que possam pedir a nacionalidade.
Os estrangeiros que tenham cinco anos de residência legal em Portugal até 18 de junho estão livres das novas restrições.
A lei antiga, a dos 5 anos, continua a aplicar-se a todos os que já tinham começado o processo antes dessa data e que cumprem os requisitos para a obtenção da nacionalidade.

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