© REUTERS/Maxim Shemetov Por Lusa 13/12/2024
Ucrânia. Rússia confirma ataque de retaliação a uso de armas ocidentais
A Rússia confirmou que o ataque de grande envergadura realizado hoje contra a Ucrânia constituiu a resposta ao disparo de mísseis ATACMS norte-americanos contra território russo na quarta-feira.
"Em resposta à utilização de armas norte-americanas de longo alcance, as forças armadas russas realizaram um ataque maciço contra instalações críticas da infraestrutura energética da Ucrânia", afirmou o Ministério da Defesa russo num comunicado citado pela agência francesa AFP.
As autoridades ucranianas anunciaram hoje que o país sofreu um ataque de grande envergadura que envolveu cerca de 200 'drones' e mais de 90 mísseis balísticos e de cruzeiro.
O ministério russo disse que foram danificadas instalações de infraestruturas de combustível e energia de importância crítica na Ucrânia que apoiam o complexo industrial de defesa do país, segundo a agência oficial TASS.
O ataque foi efetuado com armas de longo alcance de alta precisão de origem marítima e aérea, bem como com 'drones' de assalto para atingir "instalações vitais" na rede de energia, referiu o ministério.
"Os objetivos do ataque foram atingidos. Todas as instalações foram atingidas", acrescentou o ministério no comunicado, também citado pela agência espanhola EFE.
Em reação ao ataque de hoje, o Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, acusou Moscovo de estar "a aterrorizar milhões de pessoas" e renovou um apelo à unidade internacional contra o homólogo russo, Vladimir Putin.
"É necessária uma reação forte do mundo: um ataque maciço, uma reação maciça. Esta é a única forma de acabar com o terror", disse Zelensky, citado pela agência norte-americana AP.
A Rússia tinha acusado a Ucrânia de ter efetuado na quarta-feira um ataque com seis mísseis táticos ATACMS de fabrico norte-americano contra um aeródromo na cidade de Taganrog, na região de Rostov (sul).
Moscovo prometeu, no mesmo dia, que iria retaliar, uma ameaça que foi reafirmada na quinta-feira pelo porta-voz presidencial, Dmitri Peskov.
A operadora estatal ucraniana Ukrenergo disse que os ataques russos de hoje danificaram instalações de energia em várias regiões, obrigando a um aumento do número de cortes de eletricidade.
Trata-se do décimo segundo ataque do género contra instalações elétricas desde o início do ano, segundo a operadora, citada pela agência ucraniana Ukrinform.
"Devido às difíceis condições climatéricas (gelo, vento forte), a partir desta manhã, 198 povoações nas regiões de Kyiv, Chernigiv, Sumy, Cherkasy e Kirovohrad estavam sem eletricidade", disse a operadora num comunicado.
Para hoje, "estão previstas importações de eletricidade da Polónia, Roménia, Eslováquia, Hungria e Moldávia, com um volume total de 13.447 MWh [Megawatts]", acrescentou a Ukrenergo.
O fornecedor privado de eletricidade DTEK disse que as centrais térmicas ucranianas foram "seriamente danificadas" pelos ataques russos.
O ministro da Energia, Herman Halushchenko, assegurou que os trabalhadores do setor da energia estavam a trabalhar na reparação da rede para "minimizar as consequências negativas para o sistema de distribuição de eletricidade".
Zelensky disse que as forças ucranianas conseguiram abater 80 mísseis, 11 dos quais por caças F-16 que a Ucrânia começou a receber este ano dos aliados ocidentais.
O líder ucraniano precisou que a Rússia disparou 93 mísseis, "incluindo pelo menos um da Coreia do Norte".
Desde o lançamento da invasão, em fevereiro de 2022, a Rússia tem bombardeado o sistema elétrico da Ucrânia, o que resultou no encerramento frequente de sistemas críticos de aquecimento e de abastecimento de água potável durante os meses de inverno.
O anterior ataque de grande escala, em 28 de novembro, envolveu cerca de 200 mísseis e 'drones' e deixou mais de um milhão de famílias sem eletricidade.
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