sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dirigiu uma mensagem aos iranianos, acusando o regime de Teerão de desperdiçar fundos públicos "apoiando terroristas que perdem" sucessivamente, na sequência da queda do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

© Andrew Harnik/Getty Images   Por Lusa   13/12/2024 

Netanyahu acusa Irão de apoiar terroristas "perdedores"

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dirigiu uma mensagem aos iranianos, acusando o regime de Teerão de desperdiçar fundos públicos "apoiando terroristas que perdem" sucessivamente, na sequência da queda do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

"Devem estar a fervilhar de raiva ao imaginarem as novas estradas, escolas e hospitais que poderiam ter sido construídos com os milhares de milhões de dólares que os vossos ditadores gastaram a apoiar terroristas que perdem vezes sem conta", afirmou Netanyahu num vídeo, gravado em inglês com legendas em persa, dirigido aos "cidadãos do Irão". 

Netanyahu afirmou que Teerão gastou mais de 30 mil milhões de dólares (28,6 mil milhões de euros) a apoiar Assad na Síria, mais de 20 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros) com o grupo xiita libanês Hezbollah e milhares de milhões a apoiar o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

"O dinheiro que os vossos tiranos vos roubaram evaporou-se literalmente", afirmou, na sequência de uma campanha de bombardeamentos israelitas que, segundo Israel, já destruiu cerca de 80% do armamento de Assad, deposto pelos rebeldes islamitas.

Netanyahu mostrou-se confiante de que "o Irão será livre", e fez referência ao 'slogan' "mulher, vida, liberdade" utilizado pelos manifestantes iranianos nos protestos que se seguiram à morte da jovem Mahsa Amini, que morreu em 2022 num hospital depois de ter sido detida pela polícia da moralidade por não usar corretamente o 'hijab'.

O regime do ex-presidente sírio Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, foi derrubado no domingo passado, numa ofensiva que durou cerca de 12 dias.

A operação começou a 27 de novembro e foi liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e ainda a União Europeia (UE).

Após a queda do regime de Assad, o exército israelita iniciou uma campanha de bombardeamentos contra as capacidades estratégicas do antigo regime sírio, destruindo tanques, aviões de combate, mísseis e navios, para evitar que caíssem nas mãos de forças hostis a Israel.

Israel mobilizou também as suas tropas para a zona desmilitarizada dos Montes Golã, conquistados por Israel em 1967 e anexados em 1981 num ato não reconhecido internacionalmente, para proteger a fronteira.

O Irão foi gravemente afetado pela queda de Assad, uma vez que perdeu o corredor terrestre que lhe permitia enviar armas para o Hezbollah no Líbano, muito enfraquecido pelos últimos meses de guerra contra Israel.

Alguns meios de comunicação israelitas, como o The Times of Israel e o Ynet, afirmaram hoje que o exército israelita está a considerar a possibilidade de aproveitar a situação para atacar alvos nucleares iranianos, receando que o isolamento da República Islâmica a obrigue a acelerar o desenvolvimento de armas nucleares.


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