Anthony Albanese, Joe Biden e Rishi Sunak assinam o acordo Aukus (AP)
Por Agência Lusa, 09/04/2024
Japão saudou a sua possível inclusão em alguns projetos militares no âmbito da aliança AUKUS e afirmou que esta é fundamental para a estabilidade no Indo-Pacífico
Pequim manifestou esta terça-feira preocupação com o anúncio da cooperação entre o Japão e a aliança de segurança AUKUS, constituída pelos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália visando contrariar a influência da China no Indo-Pacífico.
"Ignorando as preocupações gerais dos países da região e da comunidade internacional sobre o risco de proliferação nuclear, os EUA, o Reino Unido e a Austrália continuam a enviar sinais para a expansão da chamada 'parceria de segurança trilateral', encorajando alguns países a aderir à aliança, intensificando a corrida ao armamento e minando a paz e a estabilidade regionais", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning.
Pequim opõe-se à formação de "pequenos círculos" exclusivos por parte dos países em causa, com o objetivo de criar confrontos entre as partes", acrescentou Mao, em conferência de imprensa.
"Em particular, o Japão deve aprender com as lições históricas e ser cauteloso nas suas palavras e ações no domínio da segurança militar", vincou.
O Japão saudou a sua possível inclusão em alguns projetos militares no âmbito da aliança AUKUS e afirmou que esta é fundamental para a estabilidade no Indo-Pacífico.
"Estamos conscientes da importância do AUKUS, pelo que tomaremos as medidas necessárias para reforçar as capacidades de defesa", declarou o Ministro da Defesa japonês, Minoru Kihara, em conferência de imprensa.
Kihara sublinhou a importância da aliança "para a paz e a estabilidade na região".
A reação do Japão surge horas depois de a aliança ter afirmado que está a considerar incluir o Japão em alguns projetos militares, o que reforçaria o grupo, de acordo com o Departamento de Defesa dos EUA.
"O Japão foi considerado devido aos seus pontos fortes e às parcerias de defesa estreitas com os três países", disse a porta-voz do Pentágono Sabrina Singh.
O anúncio coincide com uma visita de Estado aos EUA, esta semana, do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, que se centrará na cooperação em matéria de Defesa e no reforço desta aliança estratégica face ao avanço da China na sua esfera de influência asiática.
Na quarta-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, tem uma reunião com Kishida e, na quinta-feira, com o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos. Posteriormente, os três líderes participam uma reunião trilateral centrada na luta contra o poder militar da China nas águas vizinhas que fazem fronteira com as zonas económicas dos dois países.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o Japão limitou o desenvolvimento de armamento às capacidades defensivas do seu território, mas mantém uma indústria de Defesa avançada e uma estreita cooperação com os Estados Unidos.
A China está a reforçar a sua projeção de forças no Mar do Sul da China e em torno de Taiwan, o que aumentou as tensões com os países vizinhos.
Na sequência da recente reviravolta em matéria de Defesa, o Japão também concordou, no mês passado, em flexibilizar os intercâmbios militares entre países aliados, a fim de poder exportar os caças de nova geração que está a desenvolver em conjunto com Reino Unido e Itália.
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