Por sicnoticias.pt 12/03/2024
Stéphane Dujarric, o porta-voz de António Guterres sublinhou na conferência de imprensa diária que a falta de mulheres no painel dos oradores deve ser atribuída aos Estados-membros e não à própria ONU.
A Comissão sobre o Estatuto da Mulher, o grande fórum feminista da ONU, começou com discursos de cinco homens, quase metade do total de oradores, pormenor que ofuscou temas em agenda, como a pobreza extrema ou conflitos armados.
- "Estou bem ciente de que sou apenas mais um homem neste palco para me dirigir a vocês esta manhã", sublinhou Achim Steiner, diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o primeiro orador a fazer referência ao desequilíbrio no painel.
Após o discurso de Steiner, subiu ao palco a primeira mulher do dia, a empresária indiana Chetna Sinha, que foi recebida com aplausos e ovações dos presentes.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhou no seu discurso desta segunda-feira que as mais altas instâncias do organismo atingiram um equilíbrio de género quase completo, com 49,5% de mulheres em cargos executivos.
Mais tarde, o porta-voz do diplomata português, Stéphane Dujarric, sublinhou na conferência de imprensa diária que a falta de mulheres no painel dos oradores deve ser atribuída aos Estados-membros e não à própria ONU.
Sobre os temas abordados no fórum da Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher (CSW, na sigla em inglês), a guerra em Gaza eclipsou todas os outros, e foram vários os que aproveitaram a oportunidade para pedir um cessar-fogo, como foi o caso da diretora executiva da ONU Mulheres, Sami Bahous.
- "Apelamos à entrega imediata e segura de ajuda humanitária em toda a Faixa de Gaza, à libertação de todos os reféns e ao regresso a um caminho de paz justa e global que inclua as vozes cruciais e a liderança das mulheres", acrescentou.
Bahous também condenou as agressões sexuais contra mulheres e meninas no conflito, quer por parte do grupo islamita palestiniano Hamas, quer pelas forças israelitas.
Já a relatora da ONU sobre a violência contra mulheres e meninas, Reem Alsalem, assegurou que a comunidade internacional "falhou até agora na sua tentativa de alcançar um cessar-fogo em Gaza, no que é essencialmente uma guerra contra mulheres e crianças".
Alsalem realçou também que a comunidade internacional falhou com a tentativa de terminar com a "violência sexual no Sudão" ou com os métodos para "aterrorizar as mulheres no Haiti".
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