Conferência Internacional de Apoio à Ucrânia, Paris, 26 de Fevereiro de 2024. REUTERS - GONZALO FUENTES
Por: RFI 28/02/2024
Os países membros da NATO opõem-se a um envio de tropas ocidentais para lutar contra a Rússia. A hipótese foi avançada pelo chefe de Estado françês, no fim da Conferência Internacional de Apoio à Ucrania que teve lugar, a 26 de Fevereiro, em Paris. As declarações de Emmanuel Macron já tinham merecido as críticas da classe política francesa, levando o Governo a afirmar que a intenção era apenas de transmitir um sinal estratégico a Moscovo.
As declarações do Presidente Emmanuel Macron sobre um potencial envio de tropas ocidentais para lutar contra a Rússia não foram bem recebidas pelos aliados ocidentais.
A começar pelo chanceler alemão Olaf Scholz que, muito claramente, afirmou exactamente o contrário do que tinha sido avançado pelo Presidente francês: "É importante garantir isto: nenhum soldado será enviado por paises europeus ou da NATO para a Ucrânia" insistiu Olaf Scholz esta terça-feira 27 de Fevereiro, adiantando ainda que a decisão é unânime.
Emmanuel Macron tinha levantado esta possibilidade, na segunda feira à noite, 26 de Fevereiro, em Paris, depois da Conferência Internacional de Apoio à Ucrânia, apesar de admitir que não havia consenso sobre a questão com os outros 27 países presentes na reunião.
As reacções de indignação em França foram numerosas e pouco depois da Conferência, o Primeiro-ministro cessante dos Países-Baixos, Mark Rutte, pressentido para assumir o próximo mandato de secretário-geral da NATO, garantiu que a questão não estava na ordem do dia.
No dia seguinte, terça-feira, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, advertiu que o envio de tropas causaria “a escalada do conflito que sempre se tentou evitar”.
Washington avisou, por sua vez, que não vai enviar soldados para a Ucrânia.
Perante estas reacções, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros Stéphane Séjourné já veio relativizar as declarações do Presidente, explicando que o "envio de tropas" não significa necessáriamente implicação nos combates, mas pode consistir em operações de desminagem, de partilha de informação ou ainda a produção de armas em território ucraniano. Ou seja, o plano da França não seria participar directamente nos combates, mas enviar homens em apoio às forças ucranianas.
A presidencia ucraniana saudou as declaraçoes de Emmanuel Macron, ao contrário do Kremlin que avisou que um envio de tropas à Ucrânia era "absolutamente contra o interesse dos Ocidentais".
O representante especial da China para os assuntos euro-asiáticos vai deslocar-se à Europa este sábado e visitar a Bélgica, a Polónia, a Ucrânia, a Alemanha, a França e ainda a Rússia para promover uma "solução política" para a guerra na Ucrânia.
De notar que o exército russo recrutou cidadãos indianos para combater na linha da frente. A informação foi confirmada a 26 de Fevereiro por Nova Deli, que afirma estar em negociações com Moscovo para repatriar os seus cidadãos, depois dos alertas lançados por várias famílias indianas, preocupadas com a falta de notíccias dos seus familiares enviados para a guerra.
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