terça-feira, 18 de julho de 2023

União Africana "lamenta" fim do acordo sobre exportação de cereais

© Minasse Wondimu Hailu/Anadolu Agency via Getty Images

POR LUSA  18/07/23 

A União Africana (UA) "lamentou" hoje a decisão da Rússia de suspender o acordo que permitia a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro, defendendo que os cereais devem ser enviados para onde são precisos.

"Lamento a suspensão da iniciativa relativa aos cereais do Mar Negro, que a União Africana tinha apoiado desde o início", declarou o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, na sua conta do Twitter.

"Exorto as partes envolvidas a resolverem os problemas para permitir o reinício da passagem contínua e segura de cereais e fertilizantes da Ucrânia e da Rússia para as regiões que deles necessitam, nomeadamente África", acrescentou, citado pela agência France-Presse (AFP).

Assinado em julho de 2022 em Istambul e já renovado duas vezes, o acordo sobre os cereais expirou na segunda-feira à noite.

No último ano, permitiu que quase 33 milhões de toneladas de cereais, principalmente milho e trigo, deixassem os portos ucranianos, ajudando a estabilizar os preços mundiais dos alimentos e a evitar o risco de escassez, que se fazia sentir de forma particularmente grave em África.

Moscovo recusou-se a prolongar o acordo, queixando-se de que as suas próprias entregas de produtos agrícolas e fertilizantes foram prejudicadas e que não entregou tantos cereais aos países pobres como previsto.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou a decisão, sublinhando que "centenas de milhões de pessoas" estavam ameaçadas pela fome e iriam "pagar o preço".

Em África, os preços dos cereais subiram em flecha na sequência da queda das exportações causada pela guerra na Ucrânia, agravando os efeitos por vezes devastadores dos conflitos locais e das alterações climáticas, escreve ainda a AFP.


Leia Também: O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso condenou hoje a suspensão anunciada na segunda-feira pela Rússia do acordo dos cereais, alertando que o preço a pagar pelos mais vulneráveis "é gravíssimo" e esperando que Moscovo reverta a sua posição.

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