terça-feira, 6 de junho de 2023

SENEGAL: Meste corânico detido no Senegal sob acusação de violação de alunas

© Getty Images

POR LUSA   05/06/23 

Um mestre corânico senegalês, suspeito de ter violado 27 das suas alunas em Touba, foi hoje detido nesta cidade do centro do país, após várias semanas em fuga, anunciou fonte policial.

O presumível violador "foi detido hoje depois de se ter apresentado à polícia" e, "depois de interrogado, foi entregue à guarda", disse o oficial da polícia de Touba, confirmando uma notícia publicada na imprensa local.

O suspeito "estava em fuga" há várias semanas, referiu ainda o agente.

Touba é uma cidade considerada santa pelos Mourides, uma importante confraria religiosa muçulmana do Senegal.

O mestre corânico, cuja idade não foi indicada, desapareceu desde o início do processo, no primeiro trimestre, na sequência de uma queixa apresentada pelas vítimas, que apresentaram atestados médicos, acrescentou a fonte.

O detido é acusado de "violar 27 alunas na sua escola em Touba", acrescentou. As alegadas agressões ocorreram ao longo de um período de tempo, disse, sem dar mais pormenores, designadamente a idade das vítimas.

As vítimas são "menores", o que sugere que têm menos de 15 anos, e a escola corânica, onde são dadas aulas sobre o Islão, foi encerrada, segundo a imprensa local.

O caso veio a lume quando uma das raparigas se recusou a regressar à escola porque o mestre corânico "mantinha relações sexuais com ela e com todas as outras raparigas", escreveu o diário le Jour, na edição de 31 de maio.

Este caso coincide com a sentença proferida na semana passada contra o líder da oposição Ousmane Sonko, acusado de violar uma empregada de um salão de beleza em Dacar.

Ousmane Sonko acabou por ser absolvido da acusação de violação, mas foi condenado a dois anos de prisão por ter incitado a jovem a cometer um atentado ao pudor.

O caso dominou as manchetes dos jornais durante dois anos. Mas a questão da violência sexual foi relegada para segundo plano devido à politização do caso.

O Parlamento senegalês criminalizou a violação em 2020.


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