sábado, 12 de novembro de 2022

Hábitos (muitos simples) que deve adotar para prevenir a diabetes

© João Vilela Gonçalves/CUF

Notícias ao Minuto  12/11/22 

É possível prevenir ou retardar a diabetes. A ajuda de um nutricionista, especializado na doença, ensina a que cada um escolha e prepare a qualidade e as quantidades dos alimentos preferidos que irá comer ao longo do dia. Ora leia.

Em Portugal, de acordo com o Observatório Nacional da Diabetes, em cada 100 pessoas, 13 têm diabetes e 26 têm pré-diabetes. De forma sumária, a diabetes classifica-se de tipo 1 quando o organismo é incapaz de produzir a insulina necessária, sendo a de tipo 2 a mais frequente, caracterizada pela  dificuldade de o organismo aproveitar a insulina que o próprio produz em resposta ao que comemos.

A insulina tem por função “alimentar” as células com a glicose, sendo proveniente da alimentação, enquanto a glicose é a forma mais simples de energia utilizada pelo corpo para o seu funcionamento. Quando se tem diabetes, as células não se alimentam devidamente devido à resistência à ação da insulina ou à falta dela em quantidade aceitável. O alimento das células é desperdiçado, acumulando-se no sangue, sobrecarregando e destruindo os vasos.

Enquanto na diabetes tipo 1, as queixas aparecem de forma brusca, nas outras formas surgem de forma progressiva. Os sintomas habituais, de alerta, são a boca seca, a sede intensa - por exemplo, a necessidade de beber quatro/cinco litros de água por dia - a necessidade extrema de urinar mais vezes do que é habitual, o emagrecimento, a comichão nos genitais e as infecções urinárias frequentes.

Caso estes sintomas surjam, deve-se fazer uma análise à glicose que, em jejum, terá um valor normal até 110 mg/dl e, se feita de forma ocasional e cerca de duas horas após a última refeição, não deve ser superior a 140 mg/dl. No caso de existirem sintomas e um valor anormal, deve-se recorrer a um médico para que se façam outros exames que permitam excluir ou não o diagnóstico. Note-se que um valor elevado não faz o diagnóstico, sendo necessário confirmá-lo.

Embora exista um componente genético para a diabetes, os hábitos alimentares de consumo excessivo de açúcares - em doces, massas, arroz, batata ou pão - e o sedentarismo são frequentemente as grandes causas para o desenvolvimento desta doença.

Importa referir que existem grupos de pessoas com maior probabilidade de desenvolverem diabetes, tais como os que têm hipertensão arterial, colesterol e/ou triglicéridos aumentados, excesso de peso ou obesidade, os que tiveram um enfarte cardíaco ou um acidente vascular cerebral, os familiares diretos, em primeiro e segundo grau, de diabéticos, as grávidas que tiveram diabetes gestacional e os filhos que nasceram com peso maior ou igual a quatro quilos.

Para todos eles, é imperativo fazer o rastreio anual, através da análise sanguínea da glicose,  preferencialmente em jejum. Como podemos prevenir o aparecimento da diabetes? A prática regular de uma atividade física, por exemplo, caminhar cinco quilómetros em 30 minutos, associada a uma alimentação em que se evitem os açúcares livres (bolos, bolachas, 'doces') e as gorduras, assim como uma maior distribuição das refeições ao longo do dia, em vez das três refeições principais, são um importante contributo para uma vida saudável. Alimentos que não necessitam obrigatoriamente de talheres (a fruta, os iogurtes, pequenos pedaços de pão ou bolachas de água e sal, uma pequena porção de queijo magro), podem ser guardados para os pequenos lanches a meio da manhã e da tarde. Beber diariamente 1,5 litro de água é um complemento obrigatório para uma boa hidratação; note que 90% do nosso corpo é constituído por água. 

A vida é feita de escolhas e saber escolher o que comemos parece tão simples, mas diariamente temos dificuldade em fazê-lo bem. Porquê? A ajuda de um nutricionista, especializado em doentes diabéticos, ensina a que cada um escolha e prepare a qualidade e as quantidades dos alimentos preferidos que irá comer ao longo do dia.

Retardar a diabetes é possível, mesmo para os que estão nos grupos com maior risco de a ter.  Pequenas atitudes podem trazer grandes proveitos. Descubra a determinação que há em si, porque a sua saúde importa. 

*Artigo assinado por João Vilela Gonçalves, especialista em medicina interna na unidade de Diabetes do Hospital CUF Descobertas e Hospital CUF Tejo

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