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Por LUSA 23/09/22
A Rússia isentou da mobilização parcial para combater na Ucrânia funcionários com "educação superior" das áreas das tecnologias da informação, telecomunicações e sistema financeiro, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
"A fim de assegurar o funcionamento de certas indústrias de alta tecnologia, bem como o sistema financeiro da Federação Russa, foi tomada a decisão de não se alistar (...) cidadãos com educação superior nas especialidades e áreas de formação relevantes", disse o ministério num comunicado divulgado na íntegra pela agência oficial russa TASS.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quarta-feira uma mobilização parcial que abrange 300.000 russos para prosseguir com a guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro deste ano.
Além das telecomunicações, a medida de isenção inclui em particular os quadros de "organizações que asseguram a estabilidade do sistema de pagamentos nacional e da infraestrutura do mercado financeiro, gestão da liquidez bancária e circulação de dinheiro".
A isenção também abrange quadros superiores de meios de comunicação social.
"As listas de cidadãos apresentadas pelos chefes das organizações relevantes na forma prescrita ao Estado-Maior-General das Forças Armadas serão consideradas a base para a isenção do envolvimento de cidadãos no serviço militar para mobilização", disse o ministério liderado por Serguei Shoigu.
A mobilização parcial ordenada por Putin para enfrentar os reveses militares na Ucrânia provocou uma onda de protestos nas principais cidades russas, que resultaram em mais de 1.300 detidos.
Um novo protesto foi convocado para sábado.
Após a comunicação de Putin, vários meios de comunicação noticiaram que milhares de pessoas estavam a tentar sair da Rússia para escapar à mobilização.
Na quinta-feira, o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, teve de defender o filho, Nikolai, acusado de se ter recusado a ser mobilizado para a Ucrânia.
A acusação surgiu depois de um 'blogger' ter ligado para Nikolai Peskov fazendo-se passar por um elemento do exército que estava a chamar os reservistas mobilizados no âmbito do anúncio de Putin.
Num vídeo que se tornou viral nas redes sociais, o filho do porta-voz do Kremlin disse que não se apresentaria no centro de recrutamento indicado e que iria resolver o assunto "a outro nível".
"Não tenho qualquer problema em defender a pátria. Mas primeiro tenho de compreender o que é viável para mim", justificou no vídeo divulgado pelo canal no YouTube "People's Politics", criado por apoiantes do líder da oposição russa, Alexei Navalny, que está preso.
A guerra na Ucrânia, iniciada há sete meses, provocou um número por determinar de baixas civis e militares.
A Rússia admitiu esta semana a perda de cerca de 6.000 soldados, mas peritos ocidentais consideram estes números baixos.
Os Estados Unidos calculam que a Rússia perdeu 15.000 soldados nos primeiros seis meses de guerra e os ucranianos admitiram a morte de cerca de 10.000 elementos das suas forças no mesmo período.
A ONU confirmou a morte de cerca de 6.000 civis até 19 de setembro.
A guerra forçou também mais 13 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, das quais quase 6,7 milhões se refugiaram em diversos países, sobretudo na Europa.
As restantes permaneceram na Ucrânia, sendo classificadas como deslocados internos, ou seja, pessoas que foram obrigadas a sair do local habitual de residência, mas que não fugiram para outro país.
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Notícias ao Minuto 23/09/22
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, descartou hoje a mobilização militar no país, ao contrário do que aconteceu na Rússia, assegurando que Minsk "não tem a intenção de participar em guerras".
"Não vai haver nenhuma mobilização. Isso é mentira", disse Lukashenko, citado hoje pelo canal governamental Pul Pervogo difundido através da rede digital de mensagens Telegram.
Pouco depois, a agência estatal de notícias Belta, divulgou outra declaração do chefe de Estado em que Lukashenko reitera que a Bielorrússia "não vai participar em qualquer guerra".
"Iremos combater apenas quando for preciso defender os nossos lares e a nossa terra", acrescentou.
Trata-se da primeira vez que Lukashenko declara que a Bielorrússia não vai participar diretamente em combates.
A Bielorrússia é um dos aliados mais próximos de Moscovo na nova campanha militar da Rússia contra a Ucrânia iniciada no passado dia 24 de fevereiro.
O país serviu de base às tropas russas na invasão da Ucrânia e foi por isso fortemente criticado pelo governo de Kiev.
Por outro lado, vários portais de notícias do leste da Europa referem que as forças de segurança bielorrussas receberam ordens verbais para identificarem os cidadãos russos que se escondem na Bielorrússia numa tentativa de evitarem a "mobilização parcial" decretada esta semana pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Muitos reservistas russos temem ser incorporados nas Forças Armadas e, por isso, tentam abandonar o país através das fronteiras da Rússia com a Finlândia, Geórgia, Mongólia e Cazaquistão.
A Bielorrússia, ex-república soviética que faz fronteira com a Rússia, é também uma das supostas linhas de fuga, até porque não existem postos fronteiriços entre os dois países, ao abrigo dos acordos bilaterais existentes.
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