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Por LUSA 19/09/22
O Fundo Central de Resposta a Emergências das Nações Unidas (ONU) disponibilizou 10 milhões de dólares (aproximadamente o mesmo valor em euros) para ajudar a Nigéria a enfrentar uma "crise devastadora de alimentos e nutrição", anunciaram hoje fontes oficiais.
Num 'briefing' à imprensa na sede da ONU em Nova Iorque, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral, António Guterres, indicou que o valor será destinado a "ajudar urgentemente as pessoas que sofrem uma crise devastadora de alimentos e nutrição no nordeste da Nigéria".
Segundo dados das Nações Unidas, cerca de 1,74 milhões de crianças com menos de 5 anos poderão sofrer de desnutrição aguda na região este ano, enquanto mais de 300.000 crianças poderão ficar gravemente desnutridas.
"Os nossos colegas das missões humanitárias enfatizam que, se não forem tomadas medidas imediatas, mais de 5.000 crianças deverão morrer e aqueles que sobreviverem podem enfrentar deficiências ao longo da vida", frisou Dujarric.
"A desnutrição coloca as crianças em maior risco de morrer de infeções comuns", acrescentou.
Os novos fundos alocados pela ONU "aumentarão a capacidade de tratar e identificar a desnutrição aguda", concluiu o porta-voz de Guterres.
O financiamento será usado para prevenção e tratamentos integrados, incluindo soluções locais para melhorar a disponibilidade e acessibilidade a alimentos nutritivos que protejam mulheres e crianças de episódios repetidos de desnutrição aguda.
Esses fundos estão a ser desembolsados aquando de uma alarmante temporada de escassez em que 4,1 milhões de pessoas em todo o nordeste nigeriano enfrentam a dor da fome, de acordo com a avaliação de segurança alimentar e nutricional do relatório "Cadre harmonisé".
Apesar desses esforços, ainda existe uma enorme lacuna de financiamento.
O setor de nutrição tem uma lacuna de financiamento na temporada de escassez de 39 milhões de dólares, ou 57%, segundo dados da ONU.
De acordo com o coordenador residente e humanitário da ONU na Nigéria, Matthias Schmale, é preciso "urgentemente fechar a lacuna de financiamento para aumentar rapidamente a resposta e implementar medidas imediatas para salvar vidas".
"Para as milhares de crianças que tentam sobreviver, é necessário financiamento adicional hoje, não amanhã", exortou, citado em comunicado.
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