terça-feira, 22 de março de 2022

Ucrânia diz que forças russas só têm munições, combustível e alimentos para três dias

Agência Lusa

 Ministério da Defesa ucraniano diz ainda que nas últimas horas "não foram observadas alterações significativas na posição" do inimigo

O Ministério da Defesa ucraniano afirmou que as forças russas têm apenas munições, combustível e alimentos suficientes para três dias.

"As forças de ocupação russas que operam na Ucrânia têm munições e reservas alimentares para não mais do que três dias", situação "semelhante com o combustível, que é reabastecido por camiões-cisterna", indicou a mesma fonte.

O Ministério da Defesa ucraniano adiantou que "não foram observadas alterações significativas na posição e natureza das ações das forças de defesa no último dia".

Durante as últimas 24 horas, acrescentou, "mais de nove alvos aéreos inimigos foram atingidos", indicando que se tratavam de um avião, seis veículos aéreos não tripulados ('drones') e dois helicópteros.

"Foram observadas ações mais ativas de aviões inimigos nas últimas 24 horas", de acordo com o relatório de guerra ucraniano, que também assinalou atos de desobediência civil na região de Lugansk porque "uma grande parte da população não apoia a política dos ocupantes e não tem vontade de pegar em armas".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.


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Zelensky acusa forças russas de terem "um vazio no lugar do coração"

© Reprodução

Notícias ao Minuto 22/03/22 

"Os soldados russos nem sabem o que é ser livre", reforçou.

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, fez um balanço em vídeo na sua página da rede social Facebook daquele que foi o 26.º dia de invasão russa no país, que caracterizou como “um dia com acontecimentos complicados e conclusões difíceis”. Além de saudar os manifestantes do protesto pacífico dispersado a tiro pelas forças russas em Kherson, cidade tomada pela Rússia, o chefe de estado realçou que as tropas daquele país têm “um lugar vazio no coração”, em vez de “tudo aquilo que torna um humano, humano”.

“O que é que os pilotos [russos] têm em vez de consciência? É também um vazio? Disse ‘também’ não acidentalmente, porque definitivamente têm um vazio no lugar do coração. No lugar da alma. No lugar de tudo aquilo que torna um humano, humano”, aponta, num vídeo legendado em inglês, que pode ver acima.

O presidente ucraniano recordou também Boris Romantschenko, um sobrevivente do Holocausto que escapou aos campos de concentração de Buchenwald, Peenemünde, Mittelbau-Dora e Bergen-Belsen, acabando por morrer aos 96 anos, na sexta-feira, após um bombardeamento em Kharkiv.

“Cada dia desta guerra torna claro o que a ‘desnazificação’ [russa] é”, acusou, saudando os manifestantes do protesto pacífico em Kherson, que foram dispersados a tiro pelas tropas russas, “na luta pela sua liberdade”.

“Os soldados russos nem sabem o que é ser livre. Foram guiados até aqui, para ser honesto, como se fosse uma sentença. Uma sentença de morte, de desgraça”, reforçou.

Zelensky revelou ainda que uma coluna de cidadãos em Zaporizhzhia, onde se encontravam muitas crianças, foi atingida pelos russos. Quatro delas foram hospitalizadas, e duas estão em estado crítico, adiantou.

“Foi um dia de acontecimentos complicados e de conclusões difíceis. Mas foi outro dia que nos levou mais perto da nossa vitória. À paz do nosso estado. Glória à Ucrânia”, terminou.

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As forças ucranianas continuam a "repelir" as tentativas da Rússia de ocupar o sul da cidade de Mariupol, segundo um relatório do serviço de informação militar publicado hoje pelo Ministério da Defesa do Reino Unido.

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Acordo bilateral para resolver situação de quatro ilhas no norte do Japão era negociado desde 2018. Invasão da Ucrânia e atitude nipónica face à guerra trouxe as relações entre Tóquio e Moscovo para o pior momento em muitas décadas

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