Por Jorge Herbert
Nunca defendi a aniquilação de qualquer militante do PAIGC.
Essa é a cultura do PAIGC e não a minha. A extinção pode parecer uma palavra desmesurada, face a dimensão histórica libertadora do PAIGC. Por isso, defendo a merecida atribuição do seu lugar na história do país, mas retirá-lo do jogo político democrático. Isso porque esse peso histórico libertador do PAIGC não se coaduna nem é possível adaptá-lo à uma verdadeira democracia.
O PAIGC é a cabeça de um polvo de vícios e esquemas para parasitar o erário público, com os seus tentáculos distribuídos por tudo o que é máquina política, administrativa e militar guineense.
A única forma de tornar inoperacional esses tentáculos, é desintegrar a cabeça do polvo... E garanto-lhe que, depois dessa desintegração, em poucos anos, a Guiné-Bissau conhecerá a paz e o caminho para o desenvolvimento...
Em todo o caso, não defendo a violência sob qualquer forma, muito menos sobre os tentáculos do polvo. Para mim, a violência é sinónimo de inteligência reduzida, de forma transitória ou permanente. Não é à toa que se refere na gíria em relação a quem pratica a violência, de que “perdeu a cabeça”.
A única forma que a violência é usada de forma inteligente, é como um instrumento dissuasor pelo Estado, no sentido de preservar a ordem pública e prevenir a desordem. Mesmo nesses casos, deve cumprir os pressupostos legais.
O grande problema na Guiné-Bissau, é que é difícil, senão impossível, colocar o PAIGC na ordem constitucional, por causa desse seu peso histórico e a implantação dessa ideologia combativa, sem que o Estado tenha de fazer uso da força dissuasora, por vezes desproporcional ou até desrespeitando as mais básicas garantias constitucionais dos cidadãos... Mas, isso competirá ao povo julgar depois nas urnas, espero eu que seja sem a participação do PAIGC, o que significaria que a democracia guineense está viciada, se o PAIGC participar no jogo democrático, porque é tudo, menos um partido democrático...
Diga-me, que violência Jomav usou durante a sua presidência sobre o PAIGC e os seus militantes?!
E que nível de violência o PAIGC utilizou sobre JOMAV e sua família, durante a sua presidência?!
Existirá outra forma de combater o domínio do Estado guineense pelo PAIGC, que não seja pela via da força!?
Se a grande maioria dos militantes do PAIGC são parasitas do aparelho do Estado, fruto dos anos do domínio e promiscuidade entre o PAIGC e o Estado, acha que aceitariam viver em piores condições longe do aparelho do Estado, sem armar desacatos?!
Acredite em mim, que só depois de mandar o PAIGC para o seu definitivo e merecido lugar da história, é que a Guiné-Bissau vai infletir a sua trajetória em direção ao caos e a miséria.
Jorge Herbert
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