quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Helena Said reacende debate tribalista na política guineense

Por capitalnews.gw  fevereiro 25, 2021

Helena Said, membro da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), reacendeu esta quarta-feira (24.02) o debate tribalista, há muito inaugurado na Guiné-Bissau.

As declarações surgiram em resposta à conferência de imprensa do seu colega do partido, Midana Na Tchá, que, segunda-feira (22.02), proferiu duras críticas ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, acusando-o de dividir os guineenses, usando questões étnicas (falar da sua etnia, fula) e religiosas.

“É uma preocupação que nos uniu, porque, desde segunda-feira, estou a receber várias ligações de pessoas, a perguntarem a nós fulas o que houve.

Nós somos fulas e estamos a fazer a política. Não estamos a fazer política pela etnia, mas sim, como cidadãos guineenses”, disse Helena Said, em conferência de imprensa na qual usaram de palavras alguns dos elementos de APU-PDGB.”

Said prosseguiu ainda, reprovando o debate étnico na Guiné-Bissau:

“Em pleno século XXI não se pode estar a falar da etnia sobretudo na Guiné-Bissau, porque hoje em dia, se for escrever a história dos fulas na Guiné-Bissau, não vais conseguir porque a partir da quarta frase aparecerá a história de uma outra etnia. Hoje, não é possível escrever a história dos Balantas porque vais escrever duas ou três palavras aparecerá a história dos Manjacos. Não se pode escrever a história dos mandingas, papéis, beafada e nalus, sem aparecer uma outra etnia”, refere.

Aludindo às declarações de Midana Na Tchá, a dirigente de APU-PDGB afirma que, pelo facto de não conseguir o que se quer dentro do partido não é a razão para a frustração, ou para fazer discursos incendiários.

“Não queremos isso no nosso partido. Não queremos discursos incendiários na Guiné-Bissau. BASTA, não queremos mais”, disse.

Na Guiné-Bissau, o debate sobre as questões étnicas e religiosas acendeu nas últimas eleições legislativas, em 2019, e teve a continuidade nas presidenciais. Os protagonistas são as figuras políticas e os seus apoiantes, que se acusavam mutuamente, de um estar contra uma étnica ou religião.

Por CNEWS

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