Por Umaro Djau
Em primeiro lugar, reconheço que a Guiné-Bissau vai continuar a depender do mercado externo, em termos materiais, de equipamentos, da tecnologia e até dos produtos básicos de consumo nacional.
Todavia, qualquer economista dir-nos-ia que, de um modo geral, a economia de um país não cresce com as "compras" dos produtos ou serviços doutros países, ou seja, com o hábito e a prática do consumismo.
A economia faz-se quando nós produzimos serviços e produtos que os outros (outras nações) possam comprar ou que nós próprios possamos consumir internamente, com o devido poder de compra que acaba por gerar capitais.
Qualquer economista dir-nos-ia que uma economia funcional gera à volta de um sistema interligado de trabalho (humano ou através da automação), da troca e de consumo. Sim, também, através de consumo.
Mas, uma economia não se constrói com a ênfase na "compra", mas fundamentalmente, através de um processo da poupança (e de reinvestimento) de capitais adquiridos durante o processo de produtividade, quer no mercado de negócios (ou de serviços) interno ou externo, quer formal ou informal.
Portanto, a Guiné-Bissau não precisa de "começar a comprar". Ela precisa é de começar a produzir internamente e vender (produtos) e/ou começar a oferecer (serviços) que lhe possa render capitais, através das compras dos "outros" ou de nós próprios, dentro da permissibilidade que a nossa capitalização nos confere.
Dita de uma forma simples: devemos produzir mais e exportar mais. Por outro lado, devemos consumir menos (produtos/serviços externos) e importar menos.
Haverá certamente outras teorias económicas e práticas complementares (i.e. o poder económico dos empreendedores nacionais e a questão da diversificação da nossa economia nacional) impossíveis de mencionar nestes breves trechos, por uma questão de tempo e da brevidade.
--Mestre Umaro Djau
25 de Fevereiro de 2021
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