sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Guiné-Bissau: PAIGC exige devolução de sede à Ordem dos Advogados

DW.COM

O PAIGC acusa o Presidente Umaro Sossoco Embaló de violar "flagrantemente a liberdade e garantias de cidadãos e instituições".

Em comunicado, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) afirmou-se preocupado com "os incidentes ocorridos nos últimos tempos no país e que têm estado a violar, flagrantemente, direitos, liberdades e garantias de cidadãos e instituições, através de um dos seus pilares essenciais, o do livre exercício da profissão de advogado".

O Tribunal Regional de Bissau ordenou na quarta-feira (18.02) a devolução da sede à Ordem dos Advogados. Esta fora anteriormente apreendida pela Presidência guineense, que alegou questões de segurança do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló como motivo para a decisão.

O bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, Basílio Sanca, anunciou, no passado dia 8 de fevereiro, que a sede tinha sido encerrada a cadeado por elementos da Presidência da República, um dia depois de terminar o prazo dado para que desocupasse o imóvel. A ordem tinha indicado que não ia sair do edifício que lhe foi dado pelo Estado guineense em 2000.

O analista Luís Vaz Martins duvida que o Presidente Embaló acate a ordem do tribunal

"Presidente não tem a cultura de cumprir com regras"

O maior partido do país, agora na oposição, afirmou associar-se à onda de solidariedade, a nível nacional e internacional, "exigindo, ao mesmo tempo e nos termos da legislação em vigor, a reversão da posse e o cumprimento integral da recente decisão saída dos tribunais, quanto ao conflito que opõe a Ordem dos Advogados à Presidência da República", lê-se no comunicado.

O PAIGC apelou também a todos os atores políticos e sociais e órgãos de soberania a, frisou, "sujeitarem-se às leis como forma de expressarem a sua fidelidade e lealdade à Constituição da República, enquanto pilar do nosso regime democrático".

À DW África, o analista Luís Vaz Martins disse duvidar que que o presidente Umaro Sissoco Embaló acate a ordem do tribunal. "Não me parece que ele [Presidente da República] seja uma pessoa com cultura de cumprir com as regras pré-estabelecidas, muito menos respeitar a soberania dos tribunais", comentou o jurista.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar