sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

ENCERRAMENTO DO UNIOGBIS NÃO SEGNIFICA RETIRADA DA ONU DO PAÍS – DIZ REPRESENTANTE EM BISSAU


A Representante Especial do Secretário- Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Rosine H. Sori Coulibaly, afirmou esta sexta-feira, 11 de dezembro de 2020, que o encerramento do Escritório Integrado de Consolidação da Paz das Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), enquanto missão política, em nada significa a saída da ONU do país.

“Na realidade simboliza a transição, a recomendação e o reposicionamento do envolvimento das Nações Unidas na Guiné-Bissau “, sublinhou.

No seu discurso de encerramento do UNIOGBIS, hoje, Rosine Coulibaly disse que “a  paz nunca é uma conquista perfeita, por isso defendeu que é fundamental que as Nações Unidas e os seus parceiros “continuem empenhados” em apoiar os atores nacionais da Guiné-Bissau na realização das reformas e mudanças necessárias à estabilidade sustentável, reduzir  gradualmente a dependência da comunidade internacional e criar um ambiente político para o diálogo entre os principais atores políticos, no melhor interesse da Nação.

“Os exemplos são uma série de transições mal administradas e, portanto, sem muito sucesso”, realçou e destacou que entre esses desafios, ” nem é preciso dizer que é crucial uma agenda de reformas, recomendada pelo Acordo de Conacri de 2016, subscrita pelos atores políticos, pelo Pacto  de Estabilidade assinado em 2019″, que diz continuar a ser central na consolidação da paz e estabilidade. 

A representante de António Guterres, que termina a sua missão na Guiné-Bissau, como responsável do UNIOGBIS,  alertou que a continuação desses esforços será decisiva para que o país e o seu povo, em todas as suas componentes, beneficiem plenamente dos frutos socioeconómicos da paz  e da estabilidade alcançados. Porém, sublinhou que esses resultados dependerão, em grande parte, da vontade dos atores políticos de agir com sabedoria e circunspeção para estabelecer  uma visão comum e um consenso nacional em torno das prioridades reais do país, incluindo uma justiça independente, bem como uma separação clara de poderes e responsabilidades, entre o executivo e o poder legislativo e um setor de segurança reformado. 

No seu discurso traduzido em português, a diplomata maliana realçou o desempenho da comunidade internacional na Guiné-Bissau, nomeadamente, os esforços do Grupo dos Cinco (P5), individualmente e no seu conjunto, a CEDEAO, a União Africana, a CPLP e a União Europeia, esta última com a qual disse que as Nações Unidas têm trabalhado em estreita parceria e sinergia.

Para Rosine Coulibaly, sem a coordenação das ações dos parceiros técnicos e financeiros e a conjugação dos seus recursos, teria sido difícil que a Guiné-Bissau realizasse as eleições legislativas  e as presidenciais e organizar a resposta à pandemia da Covid-19.

Rosine Coulubaly expressou, por outro lado, a sua gratidão ao povo da Guiné-Bissau, aos homens e à mulheres, “que demostraram  o espírito de solidariedade,  tolerância, resistência, tenacidade, paciência e  coesão, para além das divisões políticas  e religiosas”, porque não merecem menos que isso, se nos inspirarmos no sábio conselho de Amílcar Cabral: “aprender, aprender, aprender sempre; pensar com a nossa própria cabeça”.

Finalmente, Rosine Coulibaly recorreu ao trecho do relatório de 20 de julho de 2020 do Secretário-Geral das Nações Unidas, que O Democrata recuperou do seu discurso.

“Devido à desconfiança enraizada, divisões entre os atores políticos a se aprofundar, portanto, é necessária uma ação concertada de todas as partes interessadas nacionais, com o apoio da comunidade internacional, para estabilizar o frágil sistema de governação, garantir o funcionamento das instituições estatais e enfrentar outros desafios políticos e socioeconómicos prementes”, fim de citação.

O Democrata

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